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27/Oct/2025

Bebidas Alcoólicas e o consumo por adolescentes

De acordo com o 3º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad III), conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), mais da metade da população brasileira, cerca de 56%, experimentou bebidas alcoólicas antes dos 18 anos de idade e cerca de um quarto, 25,5%, passou a beber de forma regular antes da maioridade. Além disso, entre adolescentes com idades entre 14 e 17 anos, as meninas bebem com mais frequência. Entre as bebidas mais consumidas por adolescentes de 14 a 17 anos, a cerveja aparece em primeiro lugar, com 40,5% das menções. Em seguida vêm as bebidas do tipo ice (31,9%), os destilados, como vodca, gim e uísque (30,2%) e o vinho (14,5%). No caso do ice, a pesquisa ressalta que o sabor adocicado e o forte apelo comercial favorecem o consumo entre os mais jovens. Os principais locais de consumo são festas, bares e, muitas vezes, a própria casa, com o incentivo ou tolerância de familiares.

A influência dos amigos e do ambiente escolar também é destacada pelo estudo como um fator determinante. O estudo, realizado com mais de 16 mil entrevistados em todo o País, mostra ainda que cerca de 75% dos jovens não tiveram nenhuma dificuldade em comprar os produtos. Além disso, 23,3% dos brasileiros que bebem e 23,5% dos adolescentes relataram já ter comprado bebidas por preço muito abaixo do normal, indicando riscos de adulteração e contrabando. Cerca de 12% daqueles que bebem referiram que conseguiram bebidas por um preço abaixo do mercado por meio de contrabando e 10,4% dos brasileiros que pagaram valores inferiores disseram ter conhecimento de que compraram bebidas falsificadas. Segundo o levantamento, 29,5% das meninas nessa faixa etária já haviam experimentado álcool, contra 25,8% dos meninos.

Cerca de 21,6% das meninas relataram consumo no último ano, frente a 16,7% dos meninos. No último mês, os índices foram de 12,4% entre elas e 8,5% entre eles. Por outro lado, os episódios de consumo pesado (seis ou mais doses de álcool em uma mesma ocasião) foram mais prevalentes entre meninos (38,2%) do que entre meninas (31,2%). Isso indica que, apesar de as adolescentes beberem com mais frequência, os meninos tendem a ingerir quantidades maiores nas ocasiões em que bebem. O uso precoce de álcool está ligado a maiores chances de dependência na vida adulta. Outro ponto importante é a associação entre o consumo de álcool e comportamentos de risco, como dirigir sob efeito de bebida, violência, sexo desprotegido e evasão escolar. Os adolescentes desenvolvem mais transtornos associados ao álcool, independentemente de classe social, educação e sexo.

O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) ressalta que cérebro do adolescente ainda está em formação e o consumo de bebidas alcoólicas interfere nas áreas ligadas à memória, atenção e controle de impulsos. Isso pode deixar marcas duradouras: mais dificuldade de aprender, comportamento mais impulsivo e alterações de humor. A mensagem é direta: álcool não é seguro na adolescência e vale proteger esse período com limites claros em casa e supervisão da venda e do uso. O álcool não é a única substância ou prática ilícita à qual os adolescentes têm acesso. Eles também têm contato com o tabaco e as bets. Segundo a pesquisa, 7,9% dos adolescentes de 14 a 17 anos já experimentaram tabaco alguma vez na vida, o que representa cerca de 1 milhão de jovens brasileiros. Desses, mais da metade (56%) relata uso de cigarros saborizados. Além disso, 37,6% dos fumantes adolescentes afirmam ter começado a fumar antes dos 14 anos de idade. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.