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30/Oct/2025

Etanol: preço firme até começo da safra 2026/2027

O Rabobank avalia que o setor sucroenergético entra em 2026 em um ponto de transição: os preços do etanol seguem firmes diante de estoques reduzidos, enquanto o mercado global de açúcar começa a enfrentar excesso de oferta e queda nas cotações internacionais. Os preços de etanol devem ficar bastante firmes até o começo da safra 2026/2027. O banco estima produção de 23 bilhões de litros de etanol de cana-de-açúcar na safra 2025/2026 do Centro-Sul, queda de 3,8 bilhões de litros ante o ciclo anterior, com moagem de 590 milhões de toneladas e mix fortemente voltado ao açúcar. Mesmo com o avanço do etanol de milho (quase 2 bilhões de litros adicionais neste ano), o balanço doméstico segue ajustado.

A elevação da mistura obrigatória de anidro na gasolina de 27% para 30%, em vigor desde agosto, reforçou o consumo. O Rabobank projeta moagem entre 600 e 640 milhões de toneladas no ciclo 2026/2027, caso o verão ocorra sob condições climáticas normais. O plantio mais intenso no início de 2025 e a recuperação das lavouras após a seca de 2024 indicam potencial de safra maior. Nesse caso, a oferta total de etanol, somando cana-de-açúcar e milho, pode crescer de 10% a 12%, o que elevaria o risco de sobre oferta e pressão de preços. Se tiver uma moagem grande e mais produção de etanol, não se descarta um cenário de sobra de produto. O consumo de combustíveis do ciclo cresce cerca de 2% ao ano, ritmo insuficiente para absorver uma expansão tão forte da oferta.

Em 2023/2024, um aumento de 14,8% no volume nacional de etanol provocou queda de 20% no preço médio do hidratado em São Paulo, sem impostos, frente ao ciclo anterior. Enquanto o etanol deve permanecer valorizado no curto prazo, o açúcar enfrenta o movimento oposto. A cotação internacional caiu 20% em dólar e 30% em Reais desde o início do ano, com o mercado global migrando de déficit para um excedente de 2,6 milhões de toneladas em 2025/2026. A Índia deve ampliar a produção em 5 a 6 milhões de toneladas, enquanto a Tailândia deve crescer até 1,5 milhão. O banco projeta o açúcar bruto entre 14,00 e 16,00 centavos de dólar por libra-peso em 2026. O setor chega a 2026 mais capitalizado e produtivo, mas com um desafio clássico: equilibrar o mix e proteger as margens em meio a dois ciclos opostos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.