31/Oct/2025
A Jalles Machado afirmou que a demanda global por açúcar segue firme, impulsionada pelo crescimento populacional e econômico de países da África e da Ásia. Apenas o Brasil tem capacidade para suprir esse avanço de consumo. Mesmo com a desaceleração observada em economias desenvolvidas, o mundo continua precisando de novas origens de produção, e o setor brasileiro é o único com escala e competitividade suficientes. O mercado mundial de açúcar é de 180 milhões de toneladas. O crescimento global da demanda vinha na casa de 2% ao ano e hoje está em 1%. Lembrando que 1% de 180 milhões de toneladas é 1,8 milhão de toneladas a mais que o mundo demanda de produção de açúcar. E essa demanda a mais, somente o Brasil tem condição de atender. O centro do consumo mudou: ao invés de ser nos países desenvolvidos, é na África e Ásia. Mesmo com campanhas de redução de consumo nos países ricos, o uso de açúcar não cresceu, mas tampouco caiu de forma expressiva.
O consumo de açúcar não subiu nos países desenvolvidos, mas a obesidade aumentou muito. Então, não foi o açúcar, foi o aumento de carboidratos e comidas processadas, que trouxe esse problema. O açúcar continua sendo uma das fontes de energia mais acessíveis do planeta. Não é por outro motivo que a África e Sudeste Asiático apresentam consumo subindo fortemente. Além do crescimento populacional, o poder de compra tem melhorado nessas regiões, reforçando o potencial de longo prazo. A Jalles Machado expandiu a capacidade de moagem para 9 milhões de toneladas de cana-de-açúcar com a aquisição da Usina Santa Vitória, em Minas Gerais. Após investir mais de R$ 1,5 bilhão nos últimos quatro anos, a companhia busca agora elevar produtividade e eficiência sem novas grandes expansões. Agora, a busca é por ganhar eficiência e crescer produtividade.
Entre as iniciativas para reduzir riscos climáticos e estabilizar o caixa, a Jalles tem ampliado a área irrigada nos canaviais de Goiás e Minas Gerais e investido em projetos de biometano em parceria com a Albioma. A empresa também mantém cerca de metade da área da unidade Jalles destinada à produção orgânica, sem uso de adubo nitrogenado ou defensivos químicos, voltada principalmente à exportação. O açúcar orgânico responde por 12% a 15% da receita e atua como proteção em momentos de queda dos preços internacionais. O açúcar orgânico é um diferencial grande para o negócio, porque tem zero correlação com o açúcar convencional e tem um prêmio maior. Agora, o açúcar convencional está caindo e o orgânico está subindo. O mercado global desse produto ainda é pequeno, com 700 mil a 800 mil toneladas anuais, equivalentes a 0,4% do mercado total, mas cresce de 6% a 7% ao ano. Quase metade do consumo fica nos Estados Unidos. O cultivo orgânico exige manejo manual e controle biológico de pragas, o que aumenta o custo, mas gera benefícios ambientais e econômicos.
Cuidar de 1 hectare de cana-de-açúcar orgânica é muito mais trabalhoso do que 1 hectare convencional. Pode-se dizer que 1 hectare de cana-de-açúcar orgânica é mais trabalhoso que 10 hectares de açúcar convencional. Além disso, a produção sem nitrogenado melhora a nota de carbono do etanol no programa RenovaBio, permitindo emitir mais créditos de descarbonização (CBios). A nota no RenovaBio acaba tendo uma nota melhor pelo fato de não usar nitrogenado. O Brasil tem papel relevante na segurança alimentar global. É um setor eficiente e responsável, referência no mundo inteiro. O Brasil é um país que ganhou produtividade no agro e tem o custo mais competitivo do mundo no açúcar. A empresa reaproveita quase 100% dos resíduos sólidos gerados na produção, incluindo bagaço, torta de filtro e cinzas de caldeira. O setor precisa ser olhado com orgulho, porque o agro profissional é eficiente e melhora sempre. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.