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16/Dec/2025

Açúcar: preços avançam com demanda aquecida

O Indicador do açúcar cristal branco CEPEA/ESALQ (Icumsa 130 a 180) do estado de São Paulo registra volatilidade expressiva nos últimos sete dias, com amplitude de aproximadamente R$ 3,00 por saca de 50 Kg entre o piso e o teto. Os preços abriram a segunda-feira (08/12), a R$ 107,39 por saca de 50 Kg e fecharam a sexta-feira (12/12), a R$ 110,43 por saca de 50 Kg, evidenciando a instabilidade que tem marcado o mercado neste encerramento do ano-safra. A média do Indicador é de R$ 110,30 por saca de 50 Kg, alta de 2,09% nos últimos sete dias (R$ 108,04 por saca de 50 Kg, de 1º a 5 de dezembro). A demanda está mais ativa no spot, com empacotadores e indústrias buscando açúcar de qualidade superior, especialmente o Icumsa 150, devido aos estoques reduzidos. Do lado da oferta, agentes de usinas estão firmes nos preços, contrariando expectativas de maior disponibilidade.

Diversas unidades têm reduzido sua participação no mercado spot, uma vez que parcela significativa da produção já está comprometida com contratos de exportação e de abastecimento interno. Além disso, embora a safra 2025/2026 apresente produtividade inferior às anteriores, os resultados favoráveis dos ciclos passados conferem fôlego financeiro aos produtores para atravessar a entressafra sem liquidar estoques a preços deprimidos. Com os preços da gasolina nas refinarias da Petrobras estáveis e acima da paridade internacional, a valorização do etanol no Brasil pode direcionar as usinas para a produção de biocombustíveis, reduzindo a destinação de cana para açúcar e limitando a oferta global. No mercado externo, os valores do petróleo caíram na semana passada, pressionados por expectativas de excesso de oferta mundial (o Brent chegou a ser negociado a US$ 61,12 por barril).

Fatores de oferta em importantes origens podem favorecer o açúcar brasileiro. A Tailândia enfrenta problemas fitossanitários que ameaçam sua produção; a União Europeia projeta quebra relevante, o que exigirá importações adicionais; e a Índia mantém incertezas quanto ao volume de exportação autorizado para a temporada. Se os embarques indianos forem limitados e a retração tailandesa se confirmar, a demanda pelo produto brasileiro tende a se intensificar já no primeiro trimestre de 2026. No curto prazo, contudo, o mercado permanece pressionado pela posição elevada dos fundos especulativos, que amplia a volatilidade e dificulta uma recuperação consistente das cotações. Na Bolsa de Nova York, o contrato Março/2026 está cotado a 15,10 centavos de dólar por libra-peso, alta de 2,03% nos últimos sete dias.

A combinação de pressão técnica, de um lado, e percepção crescente de que os preços atuais são insustentáveis no médio prazo, de outro, configura um ambiente complexo, porém com vários gatilhos potenciais de alta. Qualquer alteração significativa na política de exportação da Índia, na trajetória do câmbio, na curva de energia ou na avaliação definitiva da qualidade da cana do Centro-Sul brasileiro pode reverter o cenário mais rapidamente do que o mercado parece disposto a admitir. Em São Paulo, no atacado, o Indicador do Cristal Empacotado está cotado a R$ 13,43 por saca de 5 Kg, recuo de 5,41% nos últimos sete dias. O açúcar refinado amorfo está cotado a R$ 3,20 por saca de 1 Kg, queda de 8,1% no mesmo intervalo. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.