07/Mai/2019
Segundo a Tyson Foods, os preços globais das carnes devem subir depois que a China abateu milhões de suínos para conter o avanço da peste suína africana. A empresa já está pagando preços mais altos por suínos e outras carnes nos Estados Unidos depois que importadores chineses aumentaram suas compras. Nos próximos meses, a Tyson prevê custos mais elevados de carnes para consumidores, bem como lucros maiores em suas próprias operações de processamento de carne suína, bovina e de frango. O impacto potencial dos surtos de peste suína africana não tem precedentes e a oferta mundial de carne pode ter redução de 5%, em um momento em que o consumo da proteína está em alta em todo o mundo. Levará vários anos até que o balanço de oferta volte ao equilíbrio. A peste suína africana costuma ser fatal para os suínos, embora não seja prejudicial aos seres humanos.
A rápida disseminação da doença na China, onde estima-se que 150 milhões a 200 milhões de suínos morreram, pode alterar a trajetória de frigoríficos como a Tyson, a Pilgrim's Pride, a Sanderson Farms e a Smithfield Foods, que pertence à WH Group, sediada na China. Os consumidores sentirão o aperto na oferta quando empresas de alimentos e restaurantes cobrarem preços mais altos pela carne, repassando as elevações nos preços dos suínos e de carne suína no atacado. Os preços mais altos que os frigoríficos estão pagando pelos suínos vão aumentar os preços ao consumidor da carne. Quando a carne suína for produzida em larga escala para a China, isso sairá da oferta dos Estados Unidos, e os preços vão escalar rapidamente. Mas, é difícil prever quando isso acontecerá. Os processadores de carne suína e de frango enfrentaram ao longo do último ano o aumento da oferta nos Estados Unidos ao mesmo tempo em que as disputas comerciais reduziram as exportações e derrubaram os preços.
A ampla oferta de cortes baratos de carne bovina e suína prejudicou a demanda por frango dos processadores de aves. A empresa espera que os preços da carne bovina e de frango sigam os da carne suína nos próximos meses, provavelmente beneficiando as operações de processamento de carne, que representam cerca de 80% das vendas totais da Tyson. Maiores custos de carne por atacado, todavia, vão reduzir margens de lucro para o negócio de alimentos de marca própria, mas a empresa está discutindo aumentos de preço com seus clientes. Muito do benefício para os processadores de carne dos Estados Unidos depende de os suínos do país permanecerem livres da doença. A Tyson e outros processadores de carne suína têm trabalhado ao longo das últimas semanas com autoridades federais em medidas de prevenção e na elaboração de um plano de resposta, de maneira similar à adotada pela indústria de aves do país no enfrentamento do surto de gripe aviária em 2015.
A taxa de disseminação nos últimos 12 meses torna muito possível que a doença chegue aos Estados Unidos. Por outro lado, as ameaças do presidente Donald Trump de tarifas mais altas sobre produtos importados da China podem colocar em risco a reabertura chinesa para as exportações de frango dos Estados Unidos, um componente fundamental das negociações comerciais de longo prazo entre os dois países. A Tyson também planeja introduzir seus primeiros produtos alternativos de carne à base de vegetais. Os principais produtos sem carne dos frigoríficos dos Estados Unidos chegarão ao mercado durante o verão do Hemisfério Norte. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.