16/Feb/2024
Segundo a Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), a exportação para a Índia é um primeiro passo para um grande volume de encomendas que pode surgir, com encomendas da Índia e do Paquistão. Atualmente, 77% dos embarques vão para Bolívia, Costa Rica, Colômbia, Equador e Paraguai. Do total exportado, 90% são de raças zebuínas puras ou cruzas de zebu, raça que predomina na Índia. No ano passado, o Brasil exportou 873,7 mil doses de sêmen bovino, uma retração de 1% em relação a 2022. Houve recuperação nas vendas totais de sêmen bovino no quarto trimestre, e esse movimento deve se manter neste ano. As vendas totais (mercados doméstico e externo) em 2023 somaram 25 milhões de doses, uma queda de 3,7% no ano.
As vendas de sêmen para pecuária leiteira cresceram 6% e para pecuária de corte caíram 5%. A pecuária de corte responde por mais de 75% do sêmen vendido no Brasil. O pecuarista, principalmente de corte, entende que estamos saindo do momento de preços baixos e indo para uma fase de preços mais firmes. E a inseminação artificial é imprescindível para a lucratividade nesse momento. A Alta Genetics estima um crescimento de 4% a 5% do mercado doméstico neste ano. Em relação às exportações, a companhia espera que a Índia faça novas encomendas. O país produz hoje em torno de 200 bilhões de litros de leite por ano e tem como meta alcançar mais de 300 bilhões de litros por ano em dez anos. Para crescer nesse patamar é fundamental investir em genética.
As negociações com a Índia para o primeiro embarque levaram quatro anos. Só o processo de coleta demorou dois anos. É preciso fazer uma série de exames e esperar 120 dias para a coleta do sêmen. Depois disso, é preciso esperar mais 120 dias e fazer novos exames. Apenas quatro touros foram selecionados, por atenderem todas as exigências da Índia. Foram considerados o temperamento dos bovinos, a genotipagem de Beta-Caseína A2A2 e diferenças entre famílias. Os touros escolhidos foram o Ivã FIV; Haroldo Genipapo; Trovão FIV Santa Edwiges; e Espetáculo FIV, da Tropical Genética. Foi necessário atender exigências da cooperativa que fez a compra e do governo da Índia, inclusive exames de doenças que não existem no Brasil, o que obrigou a importar os testes. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.