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04/Mar/2024

Leite: os efeitos do calor nas vacas e na produção

Algumas alterações de clima, seja de regime de chuvas ou temperaturas acontecem em função da época do ano. No Brasil, há ao menos duas estações bem definidas, uma com mais e outra com menos calor. Geralmente a de maior calor chove em algumas regiões do Brasil e traz condições favoráveis ao crescimento forrageiro. A outra, com menos calor, ou seja, frio, as condições são desfavoráveis para o crescimento forrageiro e por fim, desfavorável a maior produção de leite, por proporcionar momentos mais críticos que interferem diretamente nas vacas. Para a produção de leite é necessário, de fato, uma vaca com boa genética, alimento de boa qualidade e bem-estar animal. Este, por sua vez, lapida os demais por ser um fator muito importante, pois uma vaca bem alimentada, mas sem condições de ambiente produz menos. Uma vaca que não possui condições favoráveis de ambiente pode produzir até 7 litros de leite a menos por dia. Para diminuir o estresse por calor de vacas leiteiras é importante haver sombras, tanto naturais por meio de árvores ou artificiais por meio de sombrite.

Se possível, cocho e bebedouros em áreas com menos calor. Vacas e ruminantes em geral não gostam de água fria. Os bebedouros devem ficar com água fresca em temperatura ambiente, pois a água fria diminui a eficiência da fermentação do alimento no rúmen. Os cochos devem estar se possível, longe do sol intenso. Vacas com calor comem menos e consequentemente tomam mais água para se esfriarem. Assim, não ingerem o que precisam e não conseguem atender suas exigências para produzir. Talvez dentro da “barriga da vaca” não tenha alimento e sim água. Portanto molhar alimento em excesso pode ser errado. Ao serem conduzidas ao curral, é interessante manejar as vacas em horários mais frescos. Na sala de pré ordenha, utilizar ventiladores nebulizadores, ou seja, aqueles que usam o vento associado à névoa de água. Na ordenha, é importante ser o mais rápido possível e dar à vaca o melhor conforto possível. O alimento dentro da ordenha não é bom, pois gera muito calor. Observado diariamente pode-se, com certeza, ver alguns impactos negativos do calor.

As vacas com calor diminuem a produção de leite. Quanto a reprodução, o estresse de uma forma geral e, nesse caso o gerado pelo calor, diminui consideravelmente a prenhes das vacas e consequentemente a reprodução será influenciada, tanto pela diminuição do cio tanto pelo aborto. Vacas estressadas abortam com maior frequência. Em muitos casos, o calor afeta a vaca como um todo não só na produção, mas também na qualidade do leite, tornando-o ácido, por exemplo. Isso nada mais é que um Leite LINA (Leite Instável Não Ácido) causado pelas concentrações de gordura e proteína do leite influenciadas pela nutrição e pelo calor (estresses). O calor é premissa para o aumento da produtividade forrageira pois algumas forrageiras tropicais do Brasil gostam de calor, mas se não houver manejo correto pode interferir diretamente na reprodução e produção animal. Sendo assim, é importante observar as vacas. A diminuição de leite deve vir em último caso, antes a vaca irá transmitir sinais como: estar ofegante, inquieta, estressada, entre outros. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.