21/Mar/2024

A demanda da China por bovinos com até 30 meses tem motivado alguns negócios em que novilhas alcançam preços semelhantes aos pagos pelo boi gordo. No entanto, na maioria das vezes, as novilhas têm perdido valor frente ao boi. Em São Paulo, o deságio para as fêmeas jovens em relação aos machos aumentou em dezembro e se mantém alto. Em março, a diferença média está em 5,7%, contra 2,7% em novembro/2023. No período de dezembro/2022 a março/2023, o spread entre a novilha e o boi gordo era de apenas 3,6%. O principal motivo é o aumento da oferta de novilhas em um cenário de demandas interna e externa mais estáveis. Dados de abate divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram aumento de 25% do número de novilhas abatidas em 2023 frente a 2022 em São Paulo (ainda não foram divulgadas informações para este ano, por Estado).

O mês de dezembro/2023 registrou o maior volume de novilhas abatidas ao longo do segundo semestre do ano passado em São Paulo, sinalizando um impacto na oferta de carne no começo de 2024 e um menor número de fêmeas para reprodução nos próximos meses. A média de preços pagos pela novilha na parcial de março/2024 no mercado de São Paulo é de R$ 218,64 por arroba, queda de 6,3% sobre a média de dezembro/2023, o boi gordo está sendo negociado a R$ 231,15 por arroba neste mês, redução de 4,9% no ano. Além da oferta, a desvalorização da novilha reflete também uma diminuição do peso médio dessa categoria. Segundo dados do IBGE, a produtividade em quilogramas das novilhas registrou o maior recuo entre as categorias animais (boi, vaca, novilho e novilha), queda de 2,2% na média de 2023 frente a 2022 no estado de São Paulo. Foram produzidos 210 Kg/animal em 2023, contra 214 Kg no ano anterior.

A produtividade do boi gordo e da vaca tiveram pequeno recuo, por volta de 0,9%. Na média, os bois abatidos em São Paulo pesaram 304,5 Kg e as vacas, 225 Kg em 2023. A categoria novilho melhorou o desempenho, chegando a 300 Kg em média. O deságio da vaca em relação ao boi gordo também aumentou neste início de ano, indo para a média de 13,7% entre janeiro e meados de março em São Paulo. Há um ano, era de 10,5%. O motivo também é a maior oferta, num momento em que pecuaristas de cria estão desmotivados, e frigoríficos priorizam bovinos mais jovens. É preciso destacar que nos últimos dois anos dobrou a diferença entre o preço do boi gordo e o da vaca. O spread médio por volta de R$ 10,00 por arroba entre 2013 e 2021 saltou para a casa dos R$ 20,00 por arroba em 2022, se mantendo neste patamar. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.