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16/Ago/2019

Boi: preços devem subir com menos confinamentos

A projeção do preço da arroba do boi gordo ao fim do segundo giro e a queda atual dos preços do milho dão a tônica para a perspectiva de lucro, apesar da alta do boi magro em função da oferta restrita. O que deve favorecer o resultado final é a queda no preço do principal insumo: o milho. A cotação do grão, que chegou a superar a casa dos R$ 30,00 por saca de 60 Kg em junho, fechou em 12 de agosto a R$ 27,47 por saca de 60 Kg, segundo números do Instituto para o Fortalecimento da Agricultura de Goiás (Ifag). Dentro dessa tendência, a projeção é a de que a margem de rentabilidade líquida geral do confinamento, que foi de 3,5% no primeiro giro, chegue à casa de 6% nesta etapa. O “efeito China” - o país asiático está sendo prejudicado por um surto de peste suína africana (PSA), que deve levar à redução do seu rebanho suíno em 21% até o fim deste ano, conforme estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) - só afetaria significativamente o mercado neste semestre caso os chineses habilitem mais plantas brasileiras para exportação.

Isso ocorrendo em tempo hábil, o preço do boi gordo em Goiás pode avançar para R$ 156,00 por arroba até o fim do ano. A perspectiva otimista ocorre em função da alta da cotação do bovino de reposição no Estado que está entre R$ 150,00 e R$ 160,00 por arroba do boi magro, e a oferta é restrita. Na Região Centro-Oeste, a expectativa é de que, por causa da retração da oferta de gado de reposição e da queda no total de animais confinados no segundo semestre, será menor a disponibilidade de bovinos para abate no mercado nos últimos meses do ano, o que poderia impulsionar o preço da arroba ao produtor. O que pode pesar contra é o escoamento de carne bovina no mercado interno numa economia ainda em ritmo lento e para exportação, caso a China não habilite novas plantas no Brasil. O mercado interno ainda não consegue pagar mais pela carne bovina e o mercado externo segue indefinido. De acordo com a Associação Nacional de Pecuária Intensiva (Assocon), o segundo giro de confinamento terá maior rentabilidade que o primeiro giro, mas com menos bois confinados.

Os pecuaristas que se programaram travando preço, podem obter margens interessantes. O problema é que poucos apostam neste planejamento. A Assocon conta com 85 confinamentos associados, mas monitora 1.400 unidades de engorda intensiva de bovinos para fazer projeções em relação ao número de bovinos alojados. Assim, a projeção é de 3,5 milhões de bovinos terminados no cocho em 2019. Caso se confirme, representará um volume 3% superior aos 3,4 milhões registrados pela entidade em 2018. Quem está fechando bovinos em agosto para terminação até o fim de novembro está pegando uma relação de troca entre boi gordo e boi magro bem inferior em função da valorização dos bovinos para reposição. Além disso, as oscilações do dólar e as incertezas na relação comercial entre Estados Unidos e China atrapalharam a atração pelo confinamento, o que deve afetar o tamanho da boiada confinada. Mesmo assim, deve haver uma leve flutuação, para cima, no volume total de bovinos confinados este ano (primeiro e segundo giros).

Em relação a 2018, este crescimento deve ser de 5%, passando de 4,45 milhões para 4,67 milhões de cabeças. Mas, o frete anula benefício do preço menor. Em Mato Grosso, na região de Rondonópolis, quem não produz o próprio milho está pagando mais caro para atender aos bovinos confinados. No início desta semana, o cereal estava cotado em Rondonópolis a R$ 27,00 por saca de 60 Kg, enquanto na região de Sorriso, o preço variava entre R$ 21,00 e R$ 22,00 por saca de 60 Kg. Apesar de estarem no mesmo Estado, a distância entre as duas localidades é de 800 Km, o que acaba encarecendo o frete. Apesar disso, há otimismo quanto aos resultados para o segundo giro. As exportações aquecidas estão sustentando o preço do boi gordo no mercado interno. Agora, em meados de agosto, está na faixa de R$ 147,00 por arroba, superior aos R$ 136,50 por arroba em igual período do ano passado. Avaliando este aspecto e diante da tendência de redução do número de bovinos confinados no segundo giro, o preço da arroba do boi gordo pode atingir até o fim do ano patamares até 5% superiores aos atuais. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.