23/Apr/2024
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira se manteve estável de fevereiro para março, considerando-se a “Média Brasil” (Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul). Com isso, o primeiro trimestre de 2024 se encerrou com uma leve retração no custo, de 0,3%. Apesar da leve recuperação nas cotações de grãos no período, os preços de insumos destinados à dieta animal continuaram recuando. Dessa forma, os custos com o arraçoamento do rebanho acumulam queda de 1,8%. Sendo este o principal componente dos custos de produção da pecuária leiteira, reforça-se que a compra estratégica dos mesmos pode favorecer o produtor em períodos adversos. No mercado de medicamentos, o grupo dos antimastíticos foi o que apresentou maiores elevações em seus preços, sobretudo em Minas Gerais (1,2%).
Este movimento pode ter sido impulsionado por chuvas intensas em algumas regiões do Estado ao longo do mês. Por outro lado, produtos para controle parasitário registraram leves recuos, enquanto vacinas e antibióticos ficaram praticamente estáveis. Tendo em vista o preparo para o plantio das culturas de inverno nesta época do ano, foi possível observar valorização de 7,4% das sementes forrageiras na “Média Brasil”, com os avanços chegando a ficar acima de 10% no Sul do País. Tal atividade também impacta diretamente o mercado de fertilizantes, que registou recuperação de 0,3% na “Média Brasil”. Por outro lado, o mercado de defensivos agrícolas apresentou queda de 0,4%, a qual foi associada ao prolongamento das chuvas em algumas regiões, o que reduz, por sua vez, a demanda por tais insumos.
De maneira geral, a estabilidade nos preços dos principais insumos utilizados e a elevação do preço do leite pago ao produtor contribuíram para a diluição dos custos da atividade leiteira no período, favorecendo a margem do produtor. Tomando-se como base propriedades típicas amostradas no projeto Campo Futuro, cálculos apontam elevações de 4% na receita total e de 30% na margem bruta (o equivalente a R$ 0,09 por litro de leite), considerando-se a “Média Brasil”. Em fevereiro, a combinação entre valorização do leite e a queda no preço do milho seguiu favorecendo o poder de compra do pecuarista leiteiro. Assim, o produtor precisou de 28 litros de leite para adquirir 1 saca de 60 Kg do grão, o resultado vem se aproximando da média dos últimos 12 meses, de 27 litros/por saca de 60 Kg. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.