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09/May/2024

Carnes: BRF divulga resultado do 1º trimestre/2024

A BRF reportou um lucro líquido de R$ 594 milhões no primeiro trimestre de 2024 e reverteu o prejuízo de R$ 1,024 bilhão de igual período de 2023. A receita líquida da BRF foi de R$ 13,378 bilhões, acréscimo de 1,5% ante igual período de 2023. A empresa apresentou Ebitda ajustado de R$ 2,117 bilhões, 248,8% superior ao do primeiro trimestre de 2023, com margem de 15,8%, aumento 11,2%. No release de resultados, a BRF afirmou que os resultados foram impulsionados pela evolução da eficiência operacional, a contínua disciplina financeira e estrutura de capital otimizada. O seu programa de eficiência, o BRF+ 2.0, apresentou captura de R$ 438 milhões no período, com avanços nas principais frentes operacionais na comparação ano contra ano. Assim, a companhia atingiu a menor alavancagem em oito anos, de 1,45 vez. Há um ano, era de 3,35 vezes.

A sua dívida líquida caiu 41% no período de um ano, sendo de R$ 9,016 bilhões no fim de março de 2024. A companhia também informou geração de caixa livre de R$ 844 milhões. No primeiro trimestre de 2023, a empresa havia apresentado consumo de caixa de R$ 1,002 bilhão. A BRF relatou que a margem Ebitda no Brasil foi de 15,1%. Fora do Brasil, a margem Ebitda da companhia foi de 16,9%. Segundo a companhia, tal resultado foi possível ao avançar na estratégia de diversificação de mercados, com a conquista de 25 novas habilitações para exportações, que se somam às 66 do ano passado. Outra razão para o desempenho foi o bom desempenho na Turquia e nos países do Golfo, potencializado pelo efeito sazonal das celebrações do Ramadã e pela recuperação de preços de exportação com novas alternativas comerciais.

A companhia comercializou 1,153 milhão de toneladas de produtos de janeiro a março deste ano, um recuo de 1,9% em comparação com o volume de 1,176 milhão de toneladas de um ano antes. No segmento Brasil, a receita operacional líquida foi de R$ 6,152 bilhões, queda de 4% em comparação com igual intervalo do ano passado. Além disso, o preço médio dos produtos caiu 2,8%, para R$ 11,91 por Kg. Já no segmento internacional, a receita líquida foi de R$ 6,484 bilhões, alta de 5,5% na comparação anual. Por lá, o preço médio por produto cresceu 5,7%, para R$ 12,13 por Kg. A acuracidade do sistema de precificação, aliada à estratégia de diversificação de mercados por meio de novas habilitações para exportação, nos possibilitou mais agilidade e capacidade de resposta para capturar as melhores oportunidades no mercado internacional.

Além disso, o avanço da execução comercial no Brasil e o modelo preditivo de compra de grãos também permitiram alavancar o crescimento da rentabilidade. A obtenção de novas habilitações para exportação de carne foi decisiva para o desempenho da BRF no primeiro trimestre de 2024. O maior incremento de receita no período veio das regiões onde unidades receberam aval para exportar a novos mercados. A receita cresceu mais nas vendas diretas para exportação, que estão relacionadas diretamente com as novas habilitações. A BRF relatou ter conquistado 25 novas habilitações no primeiro trimestre de 2024. O resultado não só é importante por permitir embarques para mais regiões, mas também pela oportunidade de adotar estratégias que levem a companhia a priorizar mercados e produtos mais rentáveis. Quando a empresa consegue novas habilitações, pode planejar melhor a negociação de produtos em mercados diferentes, com alguns segmentos de negócios compensando os desafios de outros.

Segundo a BRF, a celebração do Ramadã ajudou a companhia a ter resultado melhor no mercado halal no primeiro trimestre, o que impulsionou os seus preços, assim como o impacto na oferta de produtos como consequência de desafios logísticos no Mar Vermelho. A receita operacional líquida da companhia cresceu 5,5% no mercado internacional de janeiro a março, em contraponto ao recuo de 4% no Brasil na comparação com o primeiro trimestre de 2023. A margem Ebitda da BRF foi de 15,8%, sendo maior no mercado internacional, de 16,9%, do que no Brasil, de 15,1%. Porém, houve recuperação nos preços dos produtos in natura no País. O cenário favorável dos preços mais baixos das commodities, especialmente do milho e do farelo de soja, é outro fato positivo para o desempenho da BRF. Houve redução significativa dos custos, tanto pelo programa de eficiência, como pela queda dos preços das commodities, que vem acontecendo desde o segundo semestre.

Os preços pagos pela proteína de frango e de suíno continuam sendo vantajosos para a rentabilidade da companhia ao longo do segundo trimestre. O mercado está com preços resilientes. Além disso, a BRF está aproveitando a força de suas marcas para capitalizar oportunidades. Embora exista uma visão de que o segundo trimestre seja mais desafiador para a proteína animal, a BRF está em condições de lidar com oscilações de demanda. A própria companhia citou que a celebração do Ramadã foi uma das fortalezas da companhia no primeiro trimestre, fator que agora não se repetirá. O setor tem sazonalidade, mas a BRF está muito mais preparada para lidar com cenários diferentes.

Parte do volume de exportação de carne de frango da BRF tem se deslocado da Ásia para a região Mena, que agrega países do norte da África e do Oriente Médio. Sobre o mercado externo, a BRF destacou que as recentes habilitações ajudam a companhia na estratégia de explorar produtos mais rentáveis, com produtos de maior valor agregado. A empresa também está atenta às oportunidades, o que inclui escolha de mercados e racionalização do portfólio. Além disso, a BRF tem recebido sinais positivos de demanda do consumidor brasileiro. O ambiente atual é de recuperação do consumo pelo brasileiro, pelo momento de inflação baixa e empregos resilientes. Ainda não é o ideal, mas está muito mais favorável do que no passado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.