20/May/2024
No último ano, houve uma queda nos preços dos derivados lácteos para o consumidor final, mas a retomada do consumo não atingiu o patamar que o mercado deseja. Isso levanta uma questão: os preços ainda estão impedindo uma maior recuperação do consumo? Ao analisar a variação anual, realmente se observa uma deflação (queda de preços) em grande parte dos produtos lácteos no varejo. No entanto, quando se analisa um período mais longo, nota-se que os preços dos lácteos ainda têm crescido mais rápido do que a inflação média na economia brasileira. O consumidor ainda se recorda de um passado não tão distante em que os preços nas gôndolas eram significativamente mais baixos do que os atuais (mesmo considerando as reduções dos últimos meses).
O grupo "Leite e Derivados" do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou um aumento de preços consideravelmente maior do que a média geral da economia, o que afeta tanto o orçamento quanto a percepção dos consumidores. Além disso, os indicadores de renda, como o rendimento médio por trabalhador e a massa salarial (a soma total dos salários), indicam que o poder de compra dos produtos lácteos pelas famílias diminuiu nos últimos anos. Mas, por que os preços subiram tanto? Um dos principais motivos foi o forte aumento do custo de produção, que elevou o preço final, mas sem que nenhum elo da cadeia produtiva tivesse uma margem de lucro significativamente maior.
Os custos mais altos de produção, que repercutiram nos preços ao consumidor final, abriram espaço para o crescimento de produtos análogos de menor custo, como compostos e misturas lácteas. Ao mesmo tempo, até mesmo os produtos "100% lácteos" passaram por mudanças em suas formulações, como a redução dos teores de gordura do creme de leite UHT, por exemplo. Neste cenário de custos mais altos e margens estreitas, a busca por eficiência, tanto para produtores quanto para a indústria, tornou-se crucial para a sustentabilidade no mercado. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.