27/May/2024
Os advogados da Minerva estão preparando um recurso para apresentar às autoridades do Uruguai e, com isso, tentar reverter a negativa que o órgão concorrencial uruguaio deu à compra que a empresa fez de 3 unidades de abate da Marfrig no país. Após a entrega da documentação, que ocorrerá até o dia 31 de maio, o recurso também passará pelo escrutínio do governo local. O recurso vai para o Coprodec (Comisión de Promoción Y Defensa de la Competencia) e para o Ministério da Economia do Uruguai. Até o momento, a Minerva não definiu se mudará a solicitação inicial para a compra dos ativos da Marfrig, localizados em Colônia, Salto e San José, e quais seriam as eventuais alterações no pedido. A princípio, a Minerva está empenhada em entender os motivos que levaram à decisão da Coprodec.
Fontes também consideram a hipótese de a autoridade concorrencial colocar alguma exigência para que a transação seja aprovada. As empresas seguem na expectativa de que o Uruguai autorize a conclusão do negócio entre elas. No acordo, anunciado em agosto de 2023, a Marfrig acertou a venda, por R$ 7,5 bilhões, de 16 de suas plantas na América do Sul para a Minerva, que já pagou R$ 1,5 bilhão pelos ativos. As 3 unidades que ficam no Uruguai são avaliadas em R$ 675 milhões. No dia 23 de maio, as ações das duas empresas na B3 recuperam parte do valor que perderam na véspera, quando os papéis despencaram, em reação aos desdobramentos no Uruguai. Os papéis da Minerva subiram 1,1%, e as ações Marfrig avançaram 1,37%.
Ainda que o veto uruguaio não tenha sido uma surpresa para o mercado, a repercussão da medida entre os investidores foi negativa. A venda das plantas no Uruguai não altera as análises que estão em curso nos órgãos responsáveis dos demais países envolvidos (Brasil, Argentina e Chile). No Brasil, a negociação de 11 plantas segue em avaliação. No mês passado, a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) afirmou que a operação é “complexa”, o que estende os prazos de análise no órgão e pode fazer com que o resultado saia apenas no fim do ano. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.