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17/Jun/2024

Boi: abates devem desacelerar no 2º semestre/2024

Depois de ter alcançado recorde no início do ano, o abate de bovinos tende a desacelerar a partir do segundo semestre. O preço dos bezerros está ensaiando uma recuperação, o que aumenta a atratividade da cria e estimula a retenção de fêmeas pelos produtores, embora a oferta de gado para a indústria siga elevada. Esse deve ser o ponto de partida para uma virada no ciclo pecuário, em 2025, passando de alta na disponibilidade de bovinos para um volume mais restrito. De acordo com a HN Agro, o patamar de oferta de gado é definido pela quantidade de fêmeas para abate, que, por sua vez, é influenciada pela atratividade da etapa de cria (produção de bezerros). Quando o preço do bezerro começa a se firmar, o pecuarista deixa de mandar as fêmeas para o abate, e o mercado começa a subir.

Com essa lógica, a expectativa é de que o preço do boi gordo possa parar de cair a partir de julho ou agosto. Em São Paulo, o preço médio do boi gordo já recuou 14,19% desde o início do ano e está em R$ 219,25 por arroba. Em contrapartida, o Indicador Esalq/BM&F para o bezerro com referência em Mato Grosso do Sul acumula alta de 1,56% no ano, a R$ 2.092,18 por unidade. Alguns Estados já estão diminuindo o envio de fêmeas para o abate. O ágio do bezerro está começando a sinalizar que a rentabilidade da cria está um pouco melhor, com uma expectativa mais promissora. Nada muito otimista, mas é um início. Em maio, os abates de bovinos bateram recorde em Mato Grosso, com 627,49 mil cabeças. Porém, a redução no volume de fêmeas abatidas fugiu do padrão para esse período do ano.

Os pecuaristas reduziram o ímpeto de abater fêmeas e, pela primeira vez desde 2018, o volume de fêmeas abatidas em maio foi menor que em abril, informou o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). O recuo no volume de matrizes em relação a abril foi de 6,03%. Também diminuiu a participação relativa das fêmeas nos abates do Estado, que detém o maior rebanho bovino. Em maio, essa fatia ficou em 51,49%. Nos três meses anteriores, essa participação havia superado os 55%. Apesar do volume abatido ainda estar elevado, esses dados mostram uma possível redução na intensidade dos abates de fêmeas. A tendência no curto prazo é de uma redução gradual na participação das fêmeas nos abates.

Sazonalmente, o segundo semestre já costuma ser um período em que os pecuaristas preferem reter as fêmeas em vez de enviá-las para abate. Porém, neste ano, os sinais de elevação do preço do bezerro podem intensificar essa estratégia de retenção. Para a consultoria Safras & Mercado, o descarte de fêmeas ainda está muito “agressivo”. O processo de inversão do ciclo pecuário começará de maneira mais contundente somente no fim do ano, e principalmente em 2025. Com isso, os preços do boi gordo só devem se recuperar no último trimestre. Além disso, o mercado não reúne as condições necessárias para altas expressivas. Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o abate de bovinos no País teve um recorde no primeiro trimestre de 2024, de 9,3 milhões de cabeças, aumento de 24,6% em relação ao mesmo período de 2023. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.