18/Jun/2024
A Fitch Ratings antecipou que a perspectiva de crédito para o setor global de proteína animal será neutra, com o consumo de proteínas permanecendo resiliente devido às características da indústria. Os consumidores, no entanto, devem optar por fontes de proteína mais acessíveis, como frango e carne suína, enquanto o consumo de carne bovina pode ser limitado pela oferta restrita. O setor possui espaço limitado para aumento de classificação devido ao ciclo desfavorável do gado nos Estados Unidos, afetando a lucratividade de empresas ligadas ao segmento de carne bovina, como JBS, Tyson e Marfrig. No entanto, essas empresas melhorarão seus indicadores de crédito graças ao desempenho robusto de proteínas de menor custo (suíno e frango), um melhor equilíbrio entre demanda e oferta de proteínas e baixos custos de grãos, resultando em maior fluxo de caixa livre para a maioria delas.
O risco de surtos de doenças permanece significativo para a indústria. Eventos desse tipo podem aumentar os preços no varejo e resultar em restrições de exportação. Surtos anteriores incluem gripe aviária nos Estados Unidos e na Europa, a disseminação da peste suína africana (PSA) pela Ásia e Europa, e a ocorrência de encefalopatia espongiforme bovina atípica no Brasil. Esses eventos destacam a necessidade de vigilância contínua e preparação dentro do setor. Apesar disso, a maioria das empresas avaliadas pela Fitch possui diversificação geográfica ou de proteínas suficiente para atenuar o impacto desses riscos de saúde. A demanda global por proteínas deve permanecer estável em 2024, apoiada pelo consumo de frango e carne bovina, após um aumento de 1,7% em 2023, conforme registrado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
O relatório destaca que o USDA projetou que o consumo global de frango irá crescer cerca de 0,4% ao ano, enquanto o consumo de carne suína deve permanecer estável, particularmente devido à demanda reduzida na China em razão da economia enfraquecida do país. Apesar disso, a carne suína continua sendo a proteína mais consumida globalmente, seguida pelo frango e pela carne bovina. As importações chinesas continuam sendo um fator importante no comércio global, com a China sendo o principal mercado de exportação para a carne bovina brasileira no primeiro trimestre de 2024, detendo 51% do mercado. No entanto, o USDA antecipou queda de 2,3% nas importações de proteínas pela China em 2024, após um período de estabilidade em 2023. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.