25/Jun/2024

O ciclo global de preços para a indústria suína sofreu uma reviravolta acentuada, aparentemente iniciada pela escassez de suínos na Europa, exibindo taxas positivas de variação semanal em março. No entanto, investidores e produtores poderiam começar a tomar decisões sobre a produção de suínos para aproveitar a escassez de carne suína no quarto trimestre de 2024 e no primeiro trimestre de 2025. Mas, é preciso cautela, pois a aceleração dos dados do ciclo de preços dos suínos desacelerou quase a zero, indicando uma recuperação fraca nos preços globais dos suínos. A recuperação inicial em março foi seguida por um grande salto em abril, mas, desde então, os aumentos de preços desaceleraram significativamente. Os dados subjacentes a essas mudanças vêm de relatórios de preços dos Estados Unidos e da Europa, principais exportadores de carne suína no mercado mundial. Com dados até início de junho, a única conclusão segura é que a fase ascendente do ciclo global de preços dos suínos é fraca, podendo estabilizar ou se inverter nos próximos meses.

- Europa: os preços dos suínos perderam força. No entanto, a Comissão Europeia informa que as margens médias dos produtores de suínos têm sido positivas há vários meses. A escassez relativa de suínos em algumas partes da Europa e do mundo induziu margens positivas para a maioria dos produtores europeus. O censo mais recente na Dinamarca (abril) relata que o número de porcas aumentou 2,5% ano a ano e as marrãs prenhes quase 5%. Para a União Europeia como um todo, os dados do censo de dezembro mostram que o número total de matrizes reprodutoras em 2023 foi aproximadamente o mesmo em 2022 (+0,6%), com um crescimento de 1,6% no número total de matrizes reprodutoras. Nos principais estados produtores, o crescimento pode ser superior, com uma média provisória de crescimento de cerca de 2% no efetivo de matrizes reprodutoras.

- Estados Unidos: a experiência recente dos preços dos suínos demonstra a volatilidade e a fraqueza relativa do mercado norte-americano de carne suína. O preço do suíno nos Estados Unidos lutou para seguir o padrão sazonal normal no segundo trimestre. O “efeito churrasco” não se manifestou este ano, apesar das exportações de carne suína terem sido relativamente fortes, representando cerca de um quarto do preço do suíno nos Estados Unidos. No entanto, o mercado interno de suínos e carne suína no segundo trimestre foi calmo.

- China: no segundo trimestre de 2024, as notícias foram claras e uniformes. O Ministério da Agricultura da China anunciou uma nova meta mais baixa para a capacidade de produção de suínos, reduzindo o número oficial de matrizes reprodutoras de 41 milhões para 39 milhões. Muitos produtores/processadores chineses relataram perdas significativas em 2023/2024. Há um consenso de que o ponto mais baixo do ciclo de preços dos suínos chineses foi alcançado no segundo trimestre de 2024. A redução dos custos de produção é vista como chave para restaurar os lucros futuros. A volatilidade dos preços dos suínos chineses ao longo do tempo também é notável, com a PSA e a Covid-19 como principais disruptores. Recentemente, os preços dos suínos aumentaram no final de maio, à medida que o número de abates caiu, indicando possivelmente o fim dos preços baixos.

A interpretação dos dados não é clara. Os preços globais dos suínos estão em alta, mas é uma tendência fraca. A fase ascendente pode enfraquecer ainda mais se os produtores chineses reduzirem os custos e expandirem, independentemente da meta do governo chinês. Na União Europeia, os produtores estão em modo de recuperação, buscando maior produtividade. Nos Estados Unidos, a expansão dos rebanhos ainda é incerta, mas a melhoria da produtividade está na agenda. Fonte: Pig Progress. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.