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02/Set/2019

Leite: preços pagos ao produtor recuam em agosto

Pelo segundo mês consecutivo, os preços do leite recebido por produtores registraram queda. A “Média Brasil” (Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) de agosto, referente à captação de julho, fechou a R$ 1,3466 por litro, recuo de 4,25% frente ao mês anterior, ou de quase R$ 0,06 por litro, em termos reais (deflação pelo IPCA de julho/2019). As cotações do leite no campo iniciaram o movimento de baixa em julho, mas a queda acumulada nesses dois meses já é de 12%, em termos reais. Esse cenário tem sido atrelado à pressão das indústrias, que tiveram suas margens espremidas no primeiro semestre, por conta dos altos preços da matéria-prima e das fracas negociações dos lácteos.

Enquanto o preço do leite no campo acumulou consecutivas altas até junho, influenciados pela oferta limitada e pela grande concorrência entre laticínios, o repasse dessa valorização aos derivados foi dificultado, devido à estagnação econômica e ao consequente consumo enfraquecido. Até o momento, o comportamento do mercado lácteo está bastante semelhante ao de 2017, com preços elevados no primeiro semestre, em decorrência da oferta reduzida de matéria-prima, e queda brusca na segunda metade do ano, após a recuperação do volume de leite (safra da Região Sul). Contudo, a diferença entre esses anos parece estar centrada no fôlego da recuperação da produção. A saída de produtores da atividade nos últimos anos e a grande insegurança em realizar investimentos de longo prazo frente às incertezas no curto prazo devem prejudicar a captação em 2019.

Além disso, a safra da Região Sul foi menor neste ano porque as forrageiras de inverno foram prejudicadas pelo clima desfavorável. Assim, os agentes afirmam que a oferta continuou limitada em agosto. Para assegurar a matéria-prima, diminuir a ociosidade não planejada (que se traduz em custos) e manter seus shares de mercado, as indústrias continuam atuando com concorrência acirrada, o que impulsionou as cotações no mercado spot na primeira e segunda quinzenas de agosto. Em Minas Gerais, onde se concentra o maior volume negociado no mercado spot, a média de agosto, de R$ 1,55 por litro, ficou 16% maior que a de julho, em termos reais. Esse cenário pode atenuar o movimento de queda em setembro ou até mesmo gerar condições de estabilidade. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.