23/Oct/2024

O crescimento da população muçulmana no mundo tem levado a BRF a expandir sua atuação no mercado Halal, que hoje representa cerca de 25% de sua receita global, proporcionando cerca de US$ 2 bilhões por ano. Com uma taxa de natalidade três vezes maior que a de populações não muçulmanas, a expectativa é de um aumento significativo no número de consumidores de proteínas animais muçulmanos, dentro de uma população, hoje, de 500 milhões de pessoas no mercado Halal atendido pela companhia. A razão pela qual focamos no mercado Halal é que, atualmente, um em cada cinco habitantes do mundo é muçulmano, e até 2050 esse número será de um em cada três. O aumento do foco da BRF no mercado Halal envolve investimentos estratégicos e mudanças importantes dentro da estrutura da empresa.

Na Turquia, a BRF opera quatro fábricas e controla um ecossistema integrado que inclui fazendas de criação e abatedouros. Em 2017, a empresa adquiriu a marca Banvit, que tem sido uma plataforma de exportação, com o Iraque como principal mercado, além de outros destinos. Essa estrutura é utilizada para exportar, principalmente para o Iraque, mas também para outros países. Além disso, a BRF conta com fábricas no Golfo, localizadas em Dammam (15 mil toneladas/ano) e Abu Dabi (70 mil toneladas/ano), que está sendo ampliada. Em 2023, a empresa anunciou a construção de uma nova unidade em Jedá, em parceria com o Fundo Soberano da Arábia Saudita. Nos países do mercado Halal, o consumo per capita de carne de frango é de aproximadamente 30 Kg por habitante. São 14 países sob a gestão, incluindo nações do Norte da África, Turquia e membros do Conselho de Cooperação do Golfo, como Omã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Catar, Bahrein e Kuwait, além de Irã e Iraque.

As mudanças demográficas e no comportamento do consumidor têm influenciado a estratégia da BRF, com maior demanda por produtos convenientes. Há um crescimento de mais de 20% no mercado de produtos de valor agregado, como nuggets e salsichas, em todo o mercado do Golfo Pérsico, enquanto o mercado de “griller”, que corresponde ao frango assado de 1 Kg, apresenta uma queda de 3% nos últimos cinco anos. O modelo de casa agora é em que tanto o homem quanto a mulher trabalham. Eles não têm mais tempo para preparar as refeições. Apesar das dificuldades enfrentadas no mercado de “griller”, novas oportunidades estão surgindo, especialmente em países como a Argélia e o Irã, que demonstram demanda significativa por esse tipo de produto. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.