25/Feb/2025
A Agro Cumaru, fruto da estratégia de diversificação de negócios do Grupo Mafra, o mesmo que deu origem à Viveo, companhia de materiais hospitalares que abriu seu capital há quase quatro anos, já deu os primeiros passos em seu processo de sucessão. Aos poucos, o fundador e presidente do conselho de administração, Carlos Mafra, tem passado o bastão para os filhos, Camila Mafra e Carlos Mafra Júnior. Com 72 mil hectares de áreas produtivas no Pará, sendo uma fazenda em Cumaru do Norte e outra em Santa Maria das Barreiras, a empresa atua na cria, recria e engorda de bovinos em sistema integrado com produção de grãos. A agricultura fica em uma fatia de 18 mil hectares da área total, mas tem potencial para chegar a 50 mil hectares nos próximos anos a partir da conversão de áreas de pecuária degradadas.
Até 2030, os investimentos nessa frente e na expansão de armazéns e confinamentos devem ficar entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão. A história começa em 1996, com a fundação da Viveo, de materiais hospitalares, em Ribeirão Preto (SP). A empresa foi crescendo organicamente ao longo dos anos no ramo da saúde e tinha vontade de diversificar os negócios da família. Nos anos 2000 entrou no agronegócio comprando fazendas. O primeiro contato da família com o agro foi na pecuária, em Minas Gerais, com o melhoramento genético de gado da raça nelore. Assim nasceu a Agropecuária Mafra, que futuramente se tornaria companhia “irmã” da Agro Cumaru e fornecedora de genética da empresa. Os investimentos na compra de fazendas no Pará começaram em 2004, em uma iniciativa da família para ampliar áreas e patrimônio. O grupo seguia à frente da gestão da Viveo nessa época.
Em 2016, o fundo de investimento DNA Capital tornou-se acionista da Viveo, um marco no processo de profissionalização da gestão da distribuidora de materiais hospitalares. A abertura de capital ocorreu em agosto de 2021. Foi feito o IPO (oferta pública inicial de ações) e a família saiu do controle, ficando apenas como investidora minoritária. Aí, teve mais fôlego e tempo para concentrar o foco na Agro Cumaru. Dos investimentos de até R$ 1 bilhão que planeja fazer até o fim da década, a empresa já aportou R$ 350 milhões. Os recursos foram para ações de aumento da produção agrícola. Um dos diferenciais do processo de sucessão da Agro Cumaru é a combinação de características complementares de cada integrante da família.
Ainda que o agro brasileiro conte com grupos empresariais enormes e bem estruturados, muitas outras empresas familiares do setor continuam a estruturar os negócios de maneira informal. A Cumaru optou por ter uma estrutura mais robusta de pessoa jurídica. Isso traz governança. Também integra o processo de diversificação do Grupo Mafra um acordo com a Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA) para a criação da Grão Pará Bioenergia, empresa que vai construir uma das primeiras usinas de etanol de milho e sorgo na Região Norte do País. O investimento no projeto será de R$ 2 bilhões. A Agro Cumaru prevê faturar até R$ 300 milhões na temporada 2024/2025. O montante representa um aumento de 30% em comparação com a safra anterior. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.