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20/Mar/2025

Boi: preços do setor se mantêm estáveis em março

Os preços da pecuária brasileira estão firmes, prevalecendo pequenos reajustes positivos na maioria das regiões. Essa leve reação, no entanto, não chega a descaracterizar a estabilidade que persiste desde a última semana de fevereiro, antes do Carnaval. Em todo esse período, os preços do boi gordo, da reposição e da carne oscilam basicamente no mesmo intervalo de mínimas e máximas. É uma evidência de que o volume ofertado não é expressivo, mas tem sido suficiente para atender à demanda nos diferentes segmentos do mercado. Sinaliza também falta de definição de tendência para o curto prazo. Para se olhar para frente, o consumo dos brasileiros é variável de grande importância. No atacado de São Paulo, referência de consumo no País, não há sinais de que aumento dos preços seriam aceitos pelos atacadistas e repassados aos varejistas com facilidade. Essa via de escoamento se mostra “travada”. O que se vê é a manutenção dos preços. Desde o dia 24 de fevereiro, os cortes com osso acumulam queda inferior a 1%. O mesmo é visto para o preço médio do boi gordo em São Paulo.

Pode ser que os brasileiros não tenham fôlego para sustentar o nível de consumo caso haja aumento dos preços. Os frigoríficos percebem esta dificuldade de reajuste e transferem para a compra dos bovinos. E aí configura-se o cenário que tem se repetido: compras parcimoniosas para evitar achatamento das margens. A demanda externa vem se mantendo aquecida e há dados que apontam a continuidade do crescimento, mas as taxas desta expansão são variadas a depender do destino. O câmbio não tem evoluído favoravelmente, mas o poder de negociações dos exportadores brasileiros tem permitido alguns reajustes em dólar. Do lado da produção, é preciso considerar que tem havido ganhos no “dentro da porteira”, inclusive na produtividade das fêmeas. Os preços do bezerro, por exemplo, acompanharam o ajuste forte do boi gordo no final do ano passado e, desde novembro, se mantêm estáveis. A demanda por reposição, portanto, segue atendida mesmo com o abate intenso de fêmeas nos últimos anos. Com os preços do boi gordo no patamar atual, muitos pecuaristas têm aguardado por valores mais elevados.

Nas regiões onde as chuvas estão mais regulares, as pastagens permitirão a escolha do melhor momento, mas, onde está mais seco, haverá alguma pressão do clima sobre a decisão de venda. No ano passado, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), março foi o mês de menor produção de carne bovina no País, 783,240 mil toneladas. Em abril, a produção já foi 10% maior que a de março e, em maio, houve crescimento de 2% sobre abril. Essa evolução foi acompanhada por pequena queda dos preços da arroba. Em termos nominais, a média de abril foi 1% menor que a de março e a de maio, 1,5% inferior à de abril. No cenário atual, as escalas de abate estão variadas. No geral, as unidades que vinham buscando lotes maiores desde no final de fevereiro possuem escalas mais alongadas, o que possibilita o recuo pontual para novas compras, mas, mesmo nesses casos, a retomada para o fechamento de novos lotes tem requerido algum ajuste de preço ou de prazo, quando não das duas variáveis. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.