03/Apr/2025
O Goldman Sachs avalia que o pacote de tarifas dos Estados Unidos pode trazer impactos diferenciados para as empresas brasileiras do setor de proteína animal. Enquanto a BRF deve ser menos afetada, a JBS pode enfrentar pressão no curto prazo, e a Minerva pode ter uma exposição mais relevante por causa de sua dependência do mercado norte-americano. A Minerva é a empresa sob cobertura do Goldman Sachs que pode sentir o maior impacto imediato, já que 15% de suas receitas vêm das exportações para os Estados Unidos.
No entanto, a companhia tem flexibilidade para redirecionar parte de suas vendas a partir de suas operações na Argentina e no Uruguai, que têm acordos comerciais com os Estados Unidos. Além disso, a proximidade entre os governos de Javier Milei e Donald Trump pode abrir espaço para um acordo bilateral entre Argentina e Estados Unidos. A JBS pode ser afetada por um cenário protecionista que leve a um aumento da oferta interna nos Estados Unidos, pressionando os preços da carne suína e de frango. Atualmente, 7% e 13% das vendas da empresa vêm, respectivamente, do mercado doméstico de suínos e frangos nos Estados Unidos.
No caso da BRF, a diversificação de mercados deve proporcionar maior resiliência à companhia. Foi feito um alerta para um possível efeito cascata, caso outros países adotem medidas retaliatórias contra as tarifas norte-americanas, o que poderia provocar uma guerra comercial global. Nesse contexto, a Minerva poderia se beneficiar, consolidando-se como fornecedora de carne bovina de baixo custo para mercados internacionais, enquanto a JBS enfrentaria maior concorrência e volatilidade nos preços. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.