24/Apr/2025
O Brasil poderá exportar pescado extrativo para a China. A abertura de mercado foi formalizada nesta terça-feira (22/04), durante reunião bilateral entre a vice-ministra da Administração Geral das Alfândegas da China (GACC), Lyu Weihong, com a área técnica do Ministério da Agricultura. A abertura do mercado para pescados extrativos reforça a confiança chinesa no sistema sanitário brasileiro e traz oportunidades interessantes para os exportadores brasileiros destes produtos. Trata-se de um mercado potencial de US$ 1 bilhão, segundo estimativas do setor produtivo. A pesca extrativa é realizada por captura das espécies no mar, rios ou lagos, diferentemente do cultivo de espécies em tanques ou cativeiros. Entre as espécies de pesca extrativa estão tambaqui, tilápia, tuna e pirarucu. O governo brasileiro nutria a expectativa de concluir a negociação técnica com as autoridades chinesas desde novembro, na ocasião da visita do presidente Xi Jinping ao Brasil.
Agora, as negociações técnicas para o acordo do certificado sanitário foram finalizadas. De fato, havia expectativa de que o anúncio de concordância do protocolo e autorização para exportação pudesse sair ainda na presença da comitiva chinesa no País. A delegação chinesa está no Brasil em decorrência da etapa ministerial do Grupo de Trabalho de Agricultura do Brics Brasil 2025, ocorrida na última semana. Na última quinta-feira (17/04), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, antecipou que o Brasil estava na iminência da abertura do mercado chinês para pescados. A pauta bilateral entre Brasil e China inclui mais de 50 itens em negociação. A lista de pedidos brasileiros aos chineses inclui a abertura de mercado para carne bovina com osso, miúdos de aves e bovinos, farelo de amendoim, lima ácida, arroz e grãos secos de destilaria (DDGs, subproduto do etanol de milho).
A sincronia na aprovação de transgênicos (biotecnologia) também integra a agenda. A revisão do protocolo de encefalopatia espongiforme bovina (EEB, doença popularmente conhecida como "mal da vaca louca") e da regionalização da influenza aviária também estão em fase de discussão técnica. A ampliação de frigoríficos brasileiros aptos a exportar carnes à China também é tema entre as conversas recentes. Os demais temas, sobretudo a revisão de protocolos entre os países e novas aberturas de mercado, serão retomados com a China na visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país asiático em maio. A China é hoje o principal destino das exportações de produtos agropecuários do Brasil, perfazendo cerca de um terço dos embarques anuais do agronegócio brasileiro. As vendas de produtos agropecuários ao mercado chinês somaram US$ 49,7 bilhões em 2024. Em novembro do ano passado, a China abriu seu mercado para quatro produtos da agropecuária brasileira: sorgo, gergelim, uva fresca e farinha de peixe, utilizada para ração. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.