24/Apr/2025
Segundo o Itaú BBA, com o ritmo de produção ajustado à demanda e exportações renovando recordes, os preços da carne de frango se mantiveram sustentados em março e voltaram a subir na primeira quinzena de abril. O frango inteiro abatido alcançou média de R$ 8,40 por Kg em março, patamar 15% superior frente a março de 2024 e, nos últimos dias, vem se aproximando dos R$ 9,00 por Kg. Apesar da pressão do milho mais caro, o farelo de soja em queda tem ajudado a conter os custos de ração. Ainda assim, os custos de produção subiram, reduzindo levemente o spread da venda da ave no mercado interno, para cerca de 40%, embora esse nível ainda seja superior à média histórica de 35%. No cenário externo, o destaque é para o bom desempenho das exportações de carne de frango in natura em março, que somaram 409 mil toneladas, alta de 2,9% sobre o mês anterior.
Além disso, há alta de 3,3% em relação ao acumulado de janeiro a março de 2024. O preço médio também evoluiu: foi de US$ 1.889,00 por tonelada, elevação de 0,8% frente a fevereiro e 9% sobre março de 2024. Entre os destinos, os embarques para o México cresceram 152% no primeiro trimestre, tornando o país o sétimo maior importador da carne brasileira. As Filipinas (22%) e a Coreia do Sul (17%) também ampliaram suas compras. Esses aumentos compensaram reduções para Emirados Árabes Unidos (-10%) e China (-22%). O cenário da avicultura deve continuar favorável, apoiado nas boas exportações e na produção calibrada à demanda, o que ajuda a manter as margens sem sinalizar aumento desproporcional nos abates. A segunda quinzena de abril e o mês de maio serão decisivos para o milho 2ª safra de 2025, e, até agora, as previsões climáticas indicam boa produção, o que afasta o cenário de elevações ainda maiores nos preços do cereal.
Há oportunidade para o Brasil no mercado do México. Com laços históricos com os Estados Unidos, de onde importou cerca de 900 mil toneladas de carne de frango em 2024, ante 200 mil toneladas do Brasil, o México poderia direcionar parte da demanda ao Brasil caso haja encarecimento do produto norte-americano. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a previsão de importação de carne de frango pelo México em 2025 foi elevada para 1,070 milhão de toneladas. Em contrapartida, a estimativa para a China caiu 10%, para 430 mil toneladas. Entre os principais produtores, só os Estados Unidos tiveram sua produção revisada para baixo, mas ainda com crescimento de 1,6%, para 21,7 milhões de toneladas. A produção brasileira deve alcançar 15,25 milhões de toneladas em 2025, alta de 1,7% sobre o ano anterior. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.