24/Apr/2025
Os custos de produção da pecuária leiteira apresentaram em março o terceiro mês consecutivo de alta. O Custo Operacional Efetivo (COE) avançou 0,79% em relação a fevereiro/2025, considerando-se a “Média Brasil” (Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul). A alta nos custos de produção está atrelada principalmente à valorização de insumos voltados à nutrição do rebanho. De fevereiro para março, o preço do milho subiu fortes 10,35% e o da soja, 1,46%. Com isso, as cotações do grupo de concentrados tiveram aumento de 2,81% na “Média Brasil”. Apesar de o período analisado corresponder ao de maior disponibilidade de pasto e de, portanto, menor consumo de concentrado em algumas propriedades, fatores como o baixo estoque nacional e demanda externa aquecida elevaram os preços do grão, impactando diretamente o preço da ração no balcão.
A categoria de suplementos minerais também apresentou alta nas cotações, de 3,93% na “Média Brasil”. Mesmo diante da desvalorização do dólar no primeiro trimestre, o patamar da moeda norte-americana segue elevado e influenciando a precificação até o momento, não apenas no repasse realizado pela indústria, mas também no custo indireto de transporte. No grupo de insumos agrícolas, o preço médio de adubos e corretivos se manteve estável (0,06%) na “Média Brasil”, enquanto para a categoria de defensivos agrícolas houve retração, de 1,05%. Após 4 meses consecutivos de alta nos preços, os custos com operações mecânicas caíram 4% em março na “Média Brasil”, contribuindo para a retração de 0,4% no acumulado do ano. A diminuição nos preços de maquinários e implementos agrícolas levou ao menor custo de manutenção no período.
Aliado a esse reajuste, houve queda na cotação do diesel na grande maioria dos Estados acompanhados, e as distribuidoras sinalizam que reajustes devem continuar em abril. O grupo de medicamentos apresentou variações distintas em março: enquanto antibióticos e produtos de controle de parasitário apresentaram altas de 0,68% e 0,11%, respectivamente, na “Média Brasil, antimastíticos e vacinas caíram 0,24% e 0,18%, na mesma ordem. Em fevereiro, o produtor de leite precisou de 29,12 litros para adquirir 1 saca de 60 Kg de milho, 4% a mais que no mês anterior. Enquanto o cereal se valorizou 8,88% (para R$ 80,76 por saca de 60 Kg), o preço médio do leite subiu 4,69% (R$ 2,77 por litro). Com a valorização do milho mais intensa que a do leite, a relação de troca de fevereiro ficou acima da média dos últimos 12 meses (24,7 litros/por saca de 60 Kg). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.