28/Apr/2025
Representantes da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) vão percorrer seis cidades da China neste ano para apresentar a carne bovina brasileira e estreitar relacionamento com compradores diretos, como atacadistas, associações comerciais e governos locais. É um projeto amplo de interiorização na Ásia que vai começar pela China e ano que vem, irá para outros países. A ideia é sair do diálogo só com traders e grandes empresas estatais e conversar localmente. Esses compradores já consomem a carne brasileira, mas fazem a aquisição por meio de traders. A ideia agora é fomentar negócios que sejam feitos diretamente com o Brasil. Até os governos das províncias da China podem fazer compras diretas. Em maio, a Abiec vai inaugurar um escritório comercial na China e, a partir de então, começarão as visitas às cidades, sendo três no curto prazo e outras três mais perto do fim do ano. Ao todo, essas regiões selecionadas no país asiático têm uma população de cerca de 500 milhões de pessoas, daí o grande potencial de expansão para as vendas.
As visitas incluirão discussão técnica e sanitária e encontros para apresentação de pratos da gastronomia local e do churrasco brasileiro. A iniciativa acontece em um momento em que o Brasil está cada vez mais próximo da China, comercialmente, enquanto o país asiático vive uma guerra tarifária com os Estados Unidos, um dos maiores fornecedores globais de carne bovina. Apesar de intenção de expandir as vendas ao mercado chinês, o país já é destino de mais de 40% da carne bovina brasileira. Sendo assim, a Abiec também busca diversificar os compradores internacionais. O projeto Brazilian Beef Dinner promove eventos gastronômicos para apresentar a carne brasileira. Já foi feito no Egito, o que possibilitou o pré-listing para o Brasil, e no Marrocos, que abriu para miúdos e pode ser um grande hub para a entrada de carne que vai para África e até mesmo para a Europa.
Estão programados mais oito eventos do gênero neste ano. Quando o Brasil obtiver o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), de livre de febre aftosa sem vacinação, uma série de oportunidades devem se abrir no mercado externo. A expectativa é que o novo status seja confirmado em maio. Isso vai trazer possibilidades até em mercados que já são abertos. Indonésia e Filipinas, por exemplo, já têm frigoríficos brasileiros habilitados, mas podem abrir para a compra de miúdos. Há também negociações em curso para aberturas que podem avançar após o novo status sanitário, com países como Japão, Coreia do Sul e Turquia. A aplicação de tarifas de importação pelos Estados Unidos deve dificultar o fornecimento de carne norte-americana não só para a China, mas para o mundo todo. Assim, abre-se espaço para que o Brasil avance em busca de lacunas deixadas pelo produto norte-americano. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.