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30/Apr/2025

Leite: ritmo de valorização dos preços perde força

O preço do leite captado em março subiu 1,3%, chegando a R$ 2,8241 por litro na “Média Brasil” (Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), valor 15% maior que o registrado em março/2024, em termos reais (deflacionamento pelo IPCA de março). Apesar de a tendência de alta seguir firme pelo terceiro mês consecutivo em função da maior competição pela compra da matéria-prima, chama atenção a desaceleração no ritmo de valorização. O grande responsável pela freada no movimento de avanço no campo é a demanda enfraquecida na ponta final da cadeia. As negociações dos lácteos entre indústrias e canais de distribuição em março foram limitadas pela retração da procura. As importações elevadas também reforçam a pressão sobre as cotações internas.

Embora as compras externas tenham recuado 14,8% em março, o volume acumulado no primeiro trimestre ainda supera em 5,4% o registrado no mesmo período de 2024. Essa quantidade continua significativa, o que mantém a preocupação de agentes quanto à concorrência com os produtos importados e a capacidade da indústria em repassar as valorizações no campo ao preço dos lácteos e assegurar rentabilidade. Paralelo a isso, a oferta, no campo, não deu sinais de retração significativa. Mesmo diante da proximidade do período de entressafra (primeiramente na Região Sul e, depois, nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste), o ICAP-L (Índice de Captação do Leite) ficou praticamente estável, com queda de apenas 0,2% na “Média Brasil”. Agentes de mercado relatam que o volume captado entre março e abril superou o registrado em anos anteriores em muitas bacias leiteiras, devido ao clima propício, à qualidade da silagem e a melhores margens da atividade, fatores que se refletiram em investimentos.

Apesar dos custos com alimentação seguirem em alta em março, as variações neste ano têm sido mais baixas que em anos anteriores. E, mesmo que o poder de compra do pecuarista frente ao milho (relação de troca) esteja diminuindo mês a mês, os resultados desse primeiro bimestre ainda são melhores que os registrados nos últimos anos. Com a oferta mais estável durante a entressafra, a dificuldade do consumo em acompanhar os reajustes do campo e a redução da rentabilidade industrial, agentes do setor projetam um possível comportamento atípico dos preços ao produtor no segundo trimestre, com chances de queda. Esse contexto, no entanto, tem aumentado as incertezas e alimentado especulações, tornando o mercado ainda mais imprevisível. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.