ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

30/Apr/2025

Pescado: espécies invasoras geram preocupação

Relatos sobre um peixe gigante em um banhado, às margens do Rio São Francisco, intrigaram moradores do povoado de Pau d’Arco, em Malhada, no sudoeste da Bahia. No último dia 16, eles capturaram um peixe de escamas avermelhadas, com quase 2 metros de comprimento e 78 quilos, desconhecido na região. A façanha foi postada em redes sociais, com o peixão exibido como troféu, mas preocupou especialistas. Trata-se de um pirarucu, peixe da Região Amazônica que não é encontrado em rios baianos. Só então se soube que, alguns dias antes, outro, ainda maior, da mesma espécie, havia sido retirado das águas por outros pescadores na barragem do Rio do Paulo, em Dom Basílio, também no sudoeste da Bahia. O pirarucu (Arapaima gigas) é uma espécie de peixe de água doce que pertence à família Arapaimidae e é encontrado na Amazônia e em outras regiões específicas da América do Sul.

Ele pode atingir até 3 metros de comprimento e pesar até 200 Kg, tornando-se um dos maiores peixes de água doce do mundo. A espécie é carnívora, se alimentando de outros peixes, crustáceos e pequenos animais aquáticos. Para o Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), embora a novidade possa agradar aos pescadores, é muito preocupante para o meio ambiente. A existência de pirarucu vivendo livremente nas águas do Rio São Francisco pode colocar em perigo a existência de outras espécies de peixes da região e, assim, promover perda da biodiversidade da ictiofauna local. A sua presença nas águas do Rio São Francisco está ligada, muito provavelmente, à existência de fazendas de cultivo dessa espécie. Em período de cheia, pode haver rompimento desses criadouros ou tanques permitindo a fuga dos peixes, que passam a viver livremente nas águas do rio, readaptados à vida livre. A presença de pirarucus, peixes amazônicos, em locais fora de seu hábitat natural, não é algo exclusivo da Bahia.

Em 2022, pescadores de Cardoso, na região norte do estado de São Paulo, pescaram espécimes de até 110 quilos no Rio Grande, na divisa com Minas Gerais. Na ocasião, especialistas advertiram que o pirarucu pode se tornar uma ameaça para os peixes nativos dos rios paulistas, por ser voraz e capaz de desestabilizar as cadeias alimentares. Nos últimos anos, milhares de pessoas passaram a preservar os peixes e a depender deles em grande parte da Amazônia. Esse processo não só envolve desafios logísticos, mas também esforços contra a pesca ilegal, conhecimento científico e empírico. A iniciativa de manejar e comercializar o pirarucu é vista como fundamental para o desenvolvimento da Amazônia, promovendo tanto a preservação ambiental quanto o desenvolvimento socioeconômico das comunidades locais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.