01/May/2025
Nos momentos em que o preço do boi gordo perde força, aumentam as queixas dos pecuaristas sobre os custos de produção. Neste início de ano, as médias mensais da arroba têm baixado sucessivamente, mas os custos continuam tendo alta, apenas o ritmo diminuiu, em relação aos períodos de valorização do boi gordo. Em outras palavras, conforme o preço do boi gordo vem caindo, os custos têm “subido menos”, mas não deixaram de avançar até março. A diminuição das altas dos custos reflete a potencial redução da demanda por insumos e o ajuste das margens das indústrias e revendas. Ao longo do primeiro trimestre deste ano, por exemplo, o custo operacional efetivo (COE - desembolsos, sem despesas financeiras) do sistema de “cria” acumulou aumento de 4,8% na média dos 13 Estados acompanhados. Em março, o COE subiu 0,81%. A alta foi puxada principalmente pelos gastos com alimentação dos bovinos, tanto com dieta exclusivamente quanto com a suplementação dos bezerros.
Na parcial de 2025 (até março), o grupo de gastos com dieta teve elevação de 2%; com suplementação, o aumento foi de 7,6%. Nos mesmos Estados em que os custos são analisados, a média do boi gordo baixou 2% no trimestre, mas o bezerro, produto da cria, avançou 2,5% de dezembro a março. Mato Grosso acumulou a maior alta dos custos, de 7,4%. Neste Estado, o bezerro também se desvalorizou, em 2,3%. No sistema de recria e engorda, o aumento dos custos foi menor no trimestre, de 2,6%; em março, foi de 0,31%. Ao mesmo tempo, a arroba do boi gordo, como dito, se desvalorizou 2% (também na média dos 13 Estados). A elevação dos custos de recria e engorda, na contramão do observado no mercado de bovinos para abate, é motivada justamente pelo aumento nas despesas com reposição, representadas principalmente pela compra de bezerros. No balanço do primeiro trimestre, se elevou 2,7% na “média Brasil”. A análise dos custos em abril ainda não está concluída.
Quanto aos preços do boi gordo, estiveram em alta até o começo da segunda quinzena de abril e, desde então, se mantêm pressionados. No estado de São Paulo, por exemplo, já foram praticamente zerados os ganhos de 2,4% acumulados até o dia 22 de abril. Nos últimos dias, a oferta de bovinos para abate tem se mantido limitada, e o interesse de compradores é moderado. No início desta semana, a liquidez esteve baixa, com frigoríficos retraídos e baixando os valores ofertados. Agora, o volume ofertado é maior em algumas regiões, mas os frigoríficos seguem parcialmente recuados, pedindo preços menores ou mesmo fora do mercado devido a escalas alongadas (parte da programação de abate preenchida). Em São Paulo, no atacado, as cotações estão em baixa, mas, em abril, o dianteiro ainda acumulou valorização de 6,9%, a ponta de agulha, de 7,3%, e o traseiro, de 0,9%; a carcaça casada de boi sustentou ganho de 3,6% ao longo do mês passado, com média de R$ 22,93 por Kg. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.