05/May/2025

Faltando menos de um mês para a assembleia extraordinária de acionistas que decidirá sobre a proposta de listagem da JBS na Bolsa de Nova York (NYSE), organizações ambientais intensificaram as críticas à operação. A reunião está marcada para 23 de maio e será decisiva para o andamento do processo, já aprovado pela Securities and Exchange Commission (SEC), o regulador do mercado norte-americano. Desde a aprovação da SEC, entidades como Mighty Earth e Global Witness intensificaram a oposição pública ao plano. A Mighty Earth divulgou em seu site que a Pilgrim's Pride, subsidiária da JBS nos Estados Unidos, doou US$ 5 milhões ao comitê de posse do ex-presidente Donald Trump. O grupo afirma que a empresa omite riscos ambientais relevantes e solicita à NYSE que revise o processo antes de autorizar a negociação dos papéis.

No dia 29 de abril, o Greenpeace promoveu um protesto durante a assembleia anual da companhia, em São Paulo. Ativistas exibiram faixas e divulgaram um relatório com críticas à política ambiental da empresa. No mesmo dia, a JBS anunciou o pagamento de R$ 4,4 bilhões em dividendos adicionais, elevando para R$ 11,1 bilhões o total distribuído aos acionistas com base nos resultados de 2024. A JBS nega as acusações e afirma que mantém uma política rigorosa de combate ao desmatamento, além de cumprir todas as exigências de transparência previstas na legislação norte-americana. A empresa defendeu a listagem como forma de aumentar a visibilidade internacional e ampliar a base global de investidores.

A estrutura societária em análise prevê a criação da JBS N.V., com sede na Holanda, que passará a deter o controle global da companhia. Serão emitidos dois tipos de ações: Classe A, negociadas publicamente, e Classe B, com poder de voto dez vezes maior. A conversão entre classes será permitida até o fim de 2026. A J&F Investimentos, holding da família Batista, e o BNDESPar, que juntos concentram a maioria do capital votante da empresa, informaram que vão se abster da votação. A decisão sobre a proposta ficará, portanto, nas mãos dos acionistas minoritários, que detêm pouco mais de 30% do capital em circulação (free float). As ações da empresa acumulam valorização de cerca de 24% na B3 desde o início do ano. Se aprovada, a negociação das ações da JBS na NYSE pode começar em junho. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.