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09/May/2025

Boi: Minerva divulga resultado do 1º trimestre/2025

A Minerva Foods registrou lucro líquido de R$ 185 milhões no primeiro trimestre de 2025. O valor representa reversão do prejuízo de R$ 186,2 milhões reportado em igual período de 2024. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em R$ 962,5 milhões, alta de 53,1% sobre os R$ 628,9 milhões verificados no mesmo intervalo do ano anterior. A margem Ebitda foi de 8,6%, ante 8,8% no primeiro trimestre de 2024. A receita líquida obtida de janeiro a março somou R$ 11,196 bilhões, 55,8% a mais que a de R$ 7,187 bilhões dos três primeiros meses do ano anterior. A Minerva destacou que o resultado foi recorde, assim como o Ebitda. A receita bruta consolidada foi de R$ 11,9 bilhões, avanço de 55% ante igual período de 2024. As exportações representaram R$ 6,634 bilhões da receita bruta da companhia no primeiro trimestre, enquanto o mercado interno foi responsável por R$ 5,298 bilhões, com aumento de 64,9% ante igual período de 2024. A receita com os embarques aumentou 48,2%.

O resultado da companhia foi favorecido por fatores externos, como a recuperação da demanda chinesa e a crise de oferta nos Estados Unidos, que passa por um dos piores ciclos pecuários de sua história. A Minerva também destacou a conquista de novas habilitações em 2024, incluindo quatro plantas autorizadas para exportar à China, reforçando sua presença internacional e capacidade de atender mercados estratégicos. "A Minerva Foods encerrou o trimestre com os Estados Unidos e a China representando 33% e 20%, respectivamente, da receita de exportação de carne bovina, ratificando os benefícios da nossa diversificação geográfica e a capacidade da Companhia em arbitrar o mercado mundial de proteína animal, na busca por um melhor nível de rentabilidade", afirmou o CEO da Minerva, Fernando Queiroz, no release de resultados.

A Minerva também informou que o volume de vendas subiu 19,8%, passando de 346,1 mil toneladas para 414,6 mil toneladas. No primeiro trimestre de 2025, o volume consolidado de abate de bovinos totalizou 414,6 mil de cabeças, aumento de 19,8% comparado a igual período de 2024. Além disso, a Minerva reportou alta de 38,7% nos abates na comparação anual, para 1,429 milhão de cabeças. A dívida líquida da Minerva passou de R$ 8,995 bilhões ao fim do primeiro trimestre de 2024 para R$ 15,585 bilhões ao término de março deste ano. O índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) passou de 2,8 vezes um ano antes para 3,7 vezes ao fim de março. A Minerva também divulgou suas projeções de receita líquida para o exercício de 2025. Segundo fato relevante, a companhia estima alcançar entre R$ 50 bilhões e R$ 58 bilhões neste ano. A empresa reforçou que os números refletem metas internas da administração e não devem ser interpretados como promessa de desempenho.

A companhia reitera que os valores ora apresentados representam ambições de metas para a administração, tratando-se de dados hipotéticos e elaborados com base em expectativas racionais, não constituindo promessa de desempenho. A companhia destacou ainda que o cumprimento das metas está condicionado a uma série de fatores, incluindo a capacidade de gestão financeira, operações e estratégias de expansão, especialmente no contexto da integração dos ativos recentemente incorporados. Também foram citadas variáveis macroeconômicas, condições de mercado e acesso a crédito como elementos que podem influenciar os resultados projetados. A divulgação ocorre em meio ao processo de consolidação da Minerva após aquisições de unidades da Marfrig na América do Sul e à busca por ganhos de sinergia. Em 2024, a receita líquida da companhia foi de R$ 34,1 bilhões.

A Minerva espera obter, até o fim de julho, uma definição das autoridades uruguaias sobre a nova estrutura apresentada para aquisição de ativos da Marfrig no país. A empresa continua aguardando o posicionamento oficial após submeter, em fevereiro, uma nova proposta para as aquisições no Uruguai. Destaque também para o avanço no processo de integração dos ativos adquiridos. A empresa segue avançando no ramp-up dos novos ativos, buscando ampliar as fontes de sinergia e conectando os modelos operacional e comercial desses ativos ao nosso padrão. A companhia tem trabalhado no alinhamento estratégico, cultural e de gestão das novas unidades. No início de 2025, os ativos recém-incorporados apresentaram crescimento expressivo. Os volumes cresceram 106% e a receita avançou 95% no trimestre. Apesar do desempenho, ainda há desafios operacionais. A planta de Pontes e Lacerda (MT), no Brasil, operou com restrições durante todo o primeiro trimestre e teve sua operação efetiva iniciada apenas em abril.

As novas unidades ainda estão em fase de maturação. Operam com um nível de utilização abaixo da meta histórica (entre 70% e 75%), o que é esperado nesse estágio de ramp-up operacional. Houve avanços regulatórios, com liberação de licenças de exportação para parte dessas unidades, o que contribuiu para a melhoria de desempenho. O Citi prevê resultados sólidos da Minerva com a integração dos novos ativos adquiridos da Marfrig. As vendas devem continuar a melhorar com o aumento da utilização da capacidade, e a margem Ebitda (lucro operacional antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) deve ficar acima dos atuais 8,6%, com a melhora da alavancagem operacional. O aumento de capital recentemente aprovado deve melhorar a estrutura de capital da empresa. Em uma análise de sensibilidade, para o aumento de capital, a relação dívida líquida/Ebitda da Minerva em 2025 pode variar de 2,9x a 3,4x. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.