15/May/2025
A JBS teve lucro líquido de R$ 2,924 bilhões no primeiro trimestre de 2025, um salto de 77,6% na comparação com igual período do ano passado, de acordo com o resultado financeiro divulgado nesta terça-feira. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 8,929 bilhões, alta de 38,9% ante o primeiro trimestre de 2024, com margem de 7,8%, um avanço de 0,6 ponto porcentual. A receita líquida totalizou R$ 114,1 bilhões, crescimento de 28% na mesma comparação. De acordo com a empresa, foi o segundo melhor primeiro trimestre de sua história. "Tradicionalmente, os melhores trimestres da companhia não são o primeiro e o último, mas sim os dois do meio. Ainda assim, quando comparamos este primeiro trimestre com o mesmo período do ano passado, os resultados são muito sólidos", disse o CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni.
"Esse desempenho só é possível graças à plataforma diversificada da JBS, presente em diferentes países e atuando com várias proteínas", acrescentou. A melhora no desempenho foi impulsionada principalmente por Seara, Pilgrim's Pride e JBS USA Pork. A Seara registrou receita de R$ 12,6 bilhões, com Ebitda de R$ 2,5 bilhões e margem de 19,8%, o melhor primeiro trimestre da história da unidade. A Pilgrim's também teve desempenho recorde, com receita de R$ 26,1 bilhões, Ebitda de R$ 3,9 bilhões e margem de 14,8%. Segundo a companhia, a Seara se beneficiou do fortalecimento do portfólio de valor agregado. Já o bom resultado da Pilgrim's refletiu a forte demanda e foco na gestão estratégica de clientes e controle de custos. Já a operação de suínos da JBS nos Estados Unidos (USA Pork) teve receita líquida de R$ 11,7 bilhões e Ebitda de R$ 1,4 bilhão, com margem de 12,4%.
A unidade australiana, com negócios em carne bovina, aquicultura e suínos, avançou 32% em receita, para R$ 9,5 bilhões, e cresceu 53% em Ebitda. No Brasil, a divisão de carne bovina, que inclui a marca Friboi, somou R$ 18,5 bilhões em receita, alta de 30%, com Ebitda de R$ 766 milhões e margem de 4,1%. A JBS Beef North America, por sua vez, teve crescimento de 36% na receita, que atingiu R$ 37,5 bilhões, mas operou com Ebitda negativo de R$ 587 milhões, refletindo pressões do atual ciclo pecuário. A companhia encerrou o trimestre com forte posição de liquidez: R$ 29,7 bilhões em caixa e US$ 3,4 bilhões disponíveis em linhas de crédito rotativas, o equivalente a R$ 19,4 bilhões. A alavancagem em dólar caiu de 3,66x para 1,99x no comparativo de 12 meses. Apesar do cenário no Brasil, com juros em alta e expectativa de freio na oferta de boiadas, o CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, vê o momento como positivo para a operação de carne bovina da companhia no País.
"Acho que as margens aqui vão ser saudáveis, mesmo sendo um negócio estruturalmente de margens menores", afirmou. Tomazoni destacou que, embora a valorização da arroba do boi gordo tenha pressionado o resultado da companhia no primeiro trimestre, a alta indica que "o produtor está ganhando dinheiro, e isso incentiva a produção". Segundo o executivo, o equilíbrio atual do ciclo pecuário brasileiro reduz o risco de uma retração. "Se o produtor estivesse perdendo dinheiro, aí sim, você diria: 'O produtor vai se desfazer do rebanho, vai reduzir'. Mas hoje estamos num ciclo equilibrado", comentou. Outro vetor positivo, na visão da JBS, é o crescimento do confinamento de bovinos no País, impulsionado pela expansão da indústria de etanol de milho. "Esse processo gera um resíduo proteico muito bem adaptado à nutrição de ruminantes como o bovino. Isso estimula o confinamento, e o Brasil está crescendo rapidamente nesse quesito", disse.
Com mais bois confinados, Tomazoni destaca ganhos em produtividade e qualidade. "Você encurta o ciclo do animal, porque o boi confinado atinge o peso ideal mais rápido, com uma dieta melhor. E ao mesmo tempo melhora a qualidade da carne", completou. O executivo também chamou a atenção para o avanço tecnológico e de manejo nas fazendas, com muitos produtores adotando o sistema de três safras. "Fazem uma colheita de soja, outra de milho e uma de boi. Isso vai aumentar a produção, reduzir a idade média de abate, com manejo adequado, nutrição, genética e agricultura regenerativa", disse. No primeiro trimestre de 2025, a JBS Brasil teve alta de 30,2% na receita líquida, para R$ 18,528 bilhões, na comparação com igual período de 2024. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado avançou 19,1%, para R$ 766,1 milhões. Já a margem Ebitda recuou 0,4%, para 4,1%. Fonte: Broadcast Agro.