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19/May/2025

Frango: PR reforça as medidas contra gripe aviária

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) emitiu, na sexta-feira (16/05), alerta sanitário após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no Brasil. O foco foi detectado em Montenegro (RS), em um matrizeiro de aves, mas mobilizou o setor produtivo paranaense, que lidera as exportações de frango no País e movimentou US$ 4 bilhões com o produto em 2024. A China, principal compradora internacional, suspendeu por 60 dias as importações de frango brasileiro, conforme prevê o protocolo sanitário bilateral em casos de Influenza Aviária. A partir de sexta-feira (16/05), a China não comprará carne de frango brasileira, confirmou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

O embargo ocorre em momento de crescimento das exportações do Paraná. Entre janeiro e abril, o Estado vendeu US$ 1,32 bilhão em carne de frango, alta de 14,4% ante o mesmo período de 2024. A China absorveu 23,4% do total exportado pelo Paraná no primeiro quadrimestre. Na Nota Técnica 03/2025, o Departamento de Saúde Animal da Adapar orientou produtores a intensificarem medidas de biosseguridade, como controle de acesso, desinfecção de veículos, barreiras sanitárias e suspensão de visitas não essenciais às granjas. Até o momento, não há casos registrados no Estado. O Paraná abateu 2,2 bilhões de frangos em 2024, respondendo por 34,2% da produção nacional, segundo o IBGE.

Desde 2023, quando o vírus H5N1 foi detectado pela primeira vez no Brasil em aves silvestres, o Estado registrou 13 focos, todos em animais não comerciais. O ministro Fávaro indicou que o governo tenta negociar com a China a regionalização dos embargos, modelo já adotado por Japão, Emirados Árabes e Arábia Saudita, que restringem importações apenas das regiões afetadas. O sistema brasileiro tem estrutura para fazer a contenção e, portanto, a restrição comercial poderia ficar restrita à região do foco. O caso do Rio Grande do Sul foi identificado após aves apresentarem sintomas respiratórios e neurológicos no dia 12 de maio.

Amostras analisadas pelo Laboratório Federal de Diagnóstico Agropecuário em Campinas confirmaram o H5N1. O estabelecimento foi isolado e será aplicado protocolo de eliminação das aves e desinfecção. O Paraná mantém desde janeiro decreto de emergência zoossanitária com validade de 180 dias, que facilita a adoção de medidas preventivas. Em março, a Adapar intensificou o monitoramento no litoral, principal rota de aves migratórias. É uma realidade que acende um alerta de preocupação no Paraná, pois o Estado é o maior produtor e exportador de frangos do País. Nos Estados Unidos, surtos de gripe aviária infectaram 23 milhões de aves apenas em janeiro deste ano, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

O Sistema Faep, entidade que reúne a Federação da Agricultura do Paraná e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) no Paraná, enviou na sexta-feira (16/05) ofício ao Ministério da Agricultura (Mapa) pedindo medidas imediatas para reabrir o mercado internacional ao frango do Estado, após a suspensão das exportações brasileiras por países como China e União Europeia. No documento, encaminhado também à Secretaria de Agricultura do Paraná (Seab) e à Agência de Defesa Agropecuária (Adapar), a entidade ressalta que o Estado não registra casos da doença em plantéis comerciais, apenas em aves silvestres. A entidade pede o apoio das autoridades competentes para restabelecer, o mais breve possível, o comércio com grandes players.

Isso porque o Paraná permanece sem a ocorrência de casos da doença em seus planteis comerciais. O Paraná é responsável por 35% da produção nacional de carne de frango e o setor representa 31,6% do Valor Bruto de Produção Agropecuária (VBP) do Estado. Dados do IBGE mostram que em 2024 foram abatidas 2,2 bilhões de aves, gerando exportações de 2,17 milhões de toneladas, com faturamento de US$ 4 bilhões. O Ministério da Agricultura confirmou a suspensão automática das exportações de frango brasileiro para a China por 60 dias, conforme protocolo sanitário bilateral. A Faep reforçou a necessidade de ação rápida das autoridades. A celeridade nesse momento é fundamental para mostrar a robustez do sistema sanitário estadual e o trabalho para proporcionar produtos alimentícios com segurança sanitária ao mundo.

A entidade destacou que o Paraná mantém rigoroso controle sanitário, com vigilância constante, especialmente no litoral, rota de aves migratórias. Quando há confirmação de casos em aves silvestres, a Adapar realiza investigação num raio de 10 Km. Como não há produção comercial expressiva no litoral, onde foram registrados casos em aves silvestres, não houve contaminação nos plantéis comerciais. O ofício ressalta, ainda, a importância de medidas preventivas nas granjas, como o uso de roupas e calçados exclusivos, higienização rigorosa, fechamento de frestas, restrição de acesso e cuidados para evitar contato com aves silvestres. Desde 2023, quando o vírus H5N1 foi detectado pela primeira vez no Brasil, o Paraná registrou 13 focos, todos em aves silvestres. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.