19/May/2025
O Ministério da Agricultura esclareceu que não há restrição generalizada das exportações de produtos de aves do Rio Grande do Sul, após a confirmação de um caso de gripe aviária em granja comercial em Montenegro. As restrições de exportação "seguirão fielmente" aos acordos sanitários firmados entre o Brasil e seus parceiros comerciais. Quando as exigências estão relacionadas à sanidade e à qualidade dos produtos, o Brasil se compromete a seguir rigorosamente os protocolos internacionais estabelecidos, garantindo a segurança e a confiança dos parceiros comerciais. A Pasta destacou que negocia junto aos países parceiros comerciais o reconhecimento do princípio da regionalização, que é preconizado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). A regionalização prevê que, em casos de gripe aviária, a restrição à exportação seja limitada a produtos de um raio de 10 quilômetros do foco. Contudo há reconhecimentos pelos países de diferentes tipos de regionalização, como por município ou por Estado.
Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Filipinas já aprovaram a regionalização para Influenza Aviária de Alta Patogenicidade. Ou seja, as exportações para esses países serão suspensas ao município, ao Estado ou ao raio de 10 Km do foco. Para respeitar os acordos firmados com a China e a União Europeia, as exportações ficam restritas ao País todo. A suspensão automática e temporária das exportações a estes países está prevista no protocolo de exportação de frango acordado entre o Brasil e estes países. A regionalização é importante em virtude da vasta extensão territorial do País, com mais de 8 milhões de Km². O Brasil é o maior produtor e exportador de carne de aves do mundo. Segundo o ministro Carlos Fávaro, o governo trabalha para reverter a situação o quanto antes. A expectativa é restabelecer a normalidade antes dos 60 dias previstos no protocolo de auto suspensão. Esta é a primeira ocorrência de gripe aviária em granja comercial no Brasil, desde que os primeiros casos em aves silvestres foram registrados em 2023.
A confirmação acendeu um alerta nas autoridades sanitárias e levou à adoção imediata de um conjunto de medidas para conter o avanço da doença. Após a confirmação de um foco de gripe aviária, o Ministério da Agricultura adotou medidas rigorosas para conter a disseminação da doença. Assim que as aves começaram a ter sintomas de gripe aviária, a região foi bloqueada. A zona de controle sanitário inclui um raio de 10 quilômetros ao redor do foco, onde há bloqueio total e monitoramento constante. Todas as granjas nesse raio estão sendo monitoradas. Além disso, foram instaladas barreiras sanitárias e a região está em estado de alerta. O governo também está atuando na rastreabilidade de materiais vindos da granja afetada. Os ovos férteis da granja com foco de gripe aviária serão inutilizados. Fávaro disse ainda que não há, até o momento, indícios de outros casos em granjas comerciais vizinhas. No entanto, as autoridades ainda investigam a origem do vírus.
O foco principal das medidas é evitar que o vírus se espalhe para outras unidades produtivas. O Rio Grande do Sul, foco do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no Brasil, acumulou US$ 460,7 milhões em receitas com exportações de carne de frango entre janeiro e abril. O Estado é o terceiro maior exportador da proteína no País, atrás apenas do Paraná e de Santa Catarina. No primeiro quadrimestre, foram embarcadas 256.103 toneladas. Esse desempenho representa 13,5% dos US$ 3,421 bilhões arrecadados pelo Brasil com exportações de carne de frango no período e 14,1% do volume total exportado, que somou 1,812 milhão de toneladas. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou na sexta-feira (16/05) que o Brasil já suspendeu as exportações de frango originárias do Rio Grande do Sul, em conformidade com os protocolos internacionais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.