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19/May/2025

Frango: gripe aviária em granja comercial no Brasil

Segundo informou o Ministério da Agricultura em nota oficial divulgada na sexta-feira (16/05), o Brasil registrou seu primeiro foco de gripe aviária (Influenza Aviária de Alta Patogenicidade - IAAP) em uma granja comercial. O caso foi confirmado na quinta-feira (15/05) em um matrizeiro (granja de produção de ovos férteis) de aves comerciais em Montenegro, na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Esse é o primeiro foco de IAAP detectado em sistema de avicultura comercial no Brasil. Desde 2006, ocorre a circulação do vírus, principalmente na Ásia, África e no norte da Europa. A doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves e ovos. A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo. O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas). As medidas de contenção e erradicação do foco previstas no Plano Nacional de Contingência já foram iniciadas.

As medidas visam não somente debelar a doença, mas também manter a capacidade produtiva do setor, garantindo o abastecimento e, assim, a segurança alimentar da população. Os parceiros comerciais do Brasil, a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), os Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente serão comunicados do caso. O Serviço Veterinário brasileiro está sendo treinado e equipado para o enfrentamento da gripe aviária desde os anos 2000. Ao longo desses anos, para prevenir a entrada dessa doença no sistema de avicultura comercial brasileiro, várias ações vêm sendo adotadas, como o monitoramento de aves silvestres, a vigilância epidemiológica na avicultura comercial e de subsistência, o treinamento constante de técnicos dos serviços veterinários oficiais e privados, ações de educação sanitária e a implementação de atividades de vigilância nos pontos de entrada de animais e seus produtos no Brasil. Tais medidas foram cruciais e se mostraram efetivas e eficientes para postergar a entrada da enfermidade na avicultura comercial brasileira ao longo desses quase 20 anos.

O Brasil vem registrando casos de gripe aviária em aves silvestres e domésticas (granjas de fundo de quintal) desde 2023, mas até o momento o sistema comercial não tinha sido afetado. Segundo a plataforma de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves do Ministério da Agricultura, há 166 focos, sendo 163 em aves silvestres e 3 em produção de subsistência (caseira), confirmados até o momento. Há outros 3 focos sendo investigados. O Ministério da Agricultura declarou emergência zoossanitária no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, por 60 dias. A emergência zoossanitária no município foi publicada em portaria do Ministério da Agricultura no Diário Oficial da União (DOU). O estado sanitário é válido para um raio de 10 Km ao redor do foco detectado da doença. Outra portaria, de 4 de abril, estabelece o estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional por 180 dias em virtude da detecção do vírus em aves silvestres.

O governo do Rio Grande do Sul confirmou na sexta-feira (16/05) o primeiro foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) em um estabelecimento avícola comercial no Estado. A suspeita foi registrada no dia 12 de maio, após aves apresentarem sinais respiratórios e neurológicos. Amostras foram enviadas ao Laboratório Federal de Diagnóstico Agropecuário, em Campinas (SP), que confirmou a presença do vírus. A Secretaria da Agricultura informou que o Serviço Veterinário Oficial já acionou o Plano Nacional de Contingência. A propriedade foi isolada e será submetida a protocolo de eliminação e desinfecção. Também será feita uma investigação em um raio de 10 Km ao redor do foco e em possíveis propriedades relacionadas. O governo reforçou que não há risco no consumo de carne de frango ou ovos. Este é o primeiro caso confirmado em granja comercial no Rio Grande do Sul. Até então, os registros no Estado haviam se limitado a aves silvestres. O Zoológico de Sapucaia do Sul também é monitorado após morte de aves, e aguarda resultados de exames.

A Influenza Aviária é uma doença viral grave, altamente contagiosa entre aves. Os sintomas incluem secreção nasal, espirros, torcicolo, diarreia e alta mortalidade. A transmissão para humanos é rara. Suspeitas devem ser notificadas à Secretaria da Agricultura. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou que está tomando todas as medidas necessárias para conter o foco de gripe aviária no Estado. "Nosso sistema de vigilância é um dos mais robustos do mundo, e estamos aplicando todos os protocolos de contenção com agilidade para preservar a saúde pública e a segurança da produção avícola, fundamental para a economia do Rio Grande do Sul", afirmou o governador, ressaltando o trabalho conjunto da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) do RS e do Ministério da Agricultura. o governador reforçou que não há risco de transmissão de gripe aviária pelo consumo de carne de frango ou de ovos, e que o cozimento elimina completamente o vírus.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e a Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV) divulgaram comunicado conjunto no qual informam estão apoiando o Ministério da Agricultura e a Secretaria estadual da Agricultura do Rio Grande do Sul, após constatação de foco de H5N1 em uma granja de aves do município de Montenegro (RS). Todas as medidas necessárias para o contingenciamento da situação foram rapidamente adotadas, e a situação está sob controle e monitoramento dos órgãos governamentais. Elas ressaltaram a total transparência do Ministério da Agricultura e da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) do Rio Grande do Sul em relação à identificação, comunicação e contenção da situação, que é pontual. Ao mesmo tempo, as entidades confiam na rapidez das tratativas que serão adotadas pelo Ministério da Agricultura e pela Secretaria em todos os níveis, de tal forma que qualquer efeito decorrente da situação seja solucionado no menor prazo possível. A ABPA e a ASGAV destacaram que a situação em questão, assim como qualquer outra ocorrência da enfermidade em aves, não representa qualquer risco ao consumidor final. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.