20/May/2025
Os custos de produção da pecuária leiteira subiram em abril pelo quarto mês consecutivo. O Custo Operacional Efetivo (COE) avançou 0,28% em relação a março/2025, considerando a “Média Brasil” (Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul). A alta nos custos está atrelada principalmente à valorização de insumos voltados à nutrição do rebanho. Em abril, o preço da soja acumulou elevação de 0,89%, enquanto o milho se desvalorizou 6,12%. Dessa forma, a categoria de concentrados apresentou alta de 0,53% na “Média Brasil”. Embora o período coincida com a maior oferta de matéria-prima (soja e milho) e a menor demanda por ração em propriedades menos intensivas (que ainda contam com boa disponibilidade de forragem), alguns colaboradores relataram dificuldades na aquisição de milho para produção de ração, sobretudo nos estados de Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso.
A retração nas cotações do cereal pode ter estimulado um movimento mais intenso de formação de estoques, reduzindo a disponibilidade do grão em algumas regiões. Essa escassez pontual pode ter contribuído para o aumento do preço da ração pronta nas casas agropecuárias das regiões mencionadas. No ano, a categoria já acumula alta de 3,71%, e, com a chegada do período de seca nos meses seguintes, pode-se prever um incremento nos custos com nutrição do rebanho ao produtor. Insumos voltados à suplementação mineral seguiram em alta, com valorização de 1,25% na “Média Brasil” de abril e de 6,73% na parcial de 2025. Já são 11 meses seguidos de aumento, com variação acumulada de 11,52% nesse intervalo. Com a diminuição das chuvas em algumas regiões do País, produtores que fazem uma utilização mais intensiva de suplementos minerais no período de seca devem ter um custo maior com a nutrição do rebanho.
No grupo de insumos agrícolas, o preço médio de adubos e corretivos caiu 1% na “Média Brasil”, enquanto a categoria de defensivos agrícolas apresentou estabilidade nas cotações. Maquinários e implementos agrícolas registraram quedas nos preços, assim como os custos com operações e manutenções mecânicas. A cotação do diesel recuou no mesmo período, favorecendo o produtor. O grupo de medicamentos apresentou variações distintas em abril, com antibióticos subindo 0,31%, antimastísticos baixando 0,18% e produtos de controle de parasitário e vacinas mantendo estabilidade de preços, todos na “Média Brasil”. Em março, o produtor de leite precisou de 31,56 litros para adquirir 1 saca de 60 Kg de milho, 8,37% a mais que no mês anterior. Enquanto o cereal se valorizou 10,35% (para R$ 89,12 por saca de 60 Kg), o preço médio do leite subiu 1,83% (R$ 2,82 por litro). Com a valorização do milho mais intensa que a do litro do leite, a relação de troca de março ficou acima da média dos últimos 12 meses (25,1litros/saca). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.