20/May/2025
Pelo terceiro mês consecutivo, o preço do leite captado em março fechou em alta de 1,3%, chegando a R$ 2,8241por litro na “Média Brasil” (Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul), evidenciando uma desaceleração no ritmo de avanço. Em um ano (março/2025 em relação a março/2024), o aumento é de 15%, em termos reais (valores deflacionados pelo IPCA de março). A valorização se deve à maior competição pela compra de matéria-prima. Para abril, pesquisas ainda em andamento apontam possibilidade de queda nos valores pagos ao produtor, considerando-se a “Média Brasil”, tendo em vista que a demanda na ponta final da cadeia está enfraquecida. O ritmo das vendas dos derivados lácteos se desacelerou mais do que o esperado.
Os valores de lácteos em negociações entre indústrias e canais de distribuição caíram em abril. A desvalorização foi observada mesmo com os estoques controlados. Além de sinalizarem que o consumo segue enfraquecido, agentes de mercado também apontam que as importações, embora em menores volumes em abril, continuam sendo um fator de pressão sobre o mercado lácteo. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que as compras externas recuaram 11% em abril, somando 162 milhões de litros em equivalente leite, 16,8% abaixo da quantidade de abril/2024. Paralelo a isso, a oferta, no campo, não deu sinais de retração significativa.
De fevereiro/2025 para março/2025, o Índice de Captação de Leite (ICAP-L) teve leve queda de 0,2%; e, mesmo em período de entressafra, o volume de leite cru deve se manter estável em abril. No campo, os custos de produção seguiram em alta em abril pelo quarto mês consecutivo. O aumento no Custo Operacional Efetivo (COE) em abril está atrelado à valorização nos insumos de nutrição. Em março, o produtor precisou de 31,55 litros de leite para adquirir 1 saca de 60 Kg de milho, 25% acima da média dos últimos 13 meses. As importações mantêm agentes preocupados quanto à concorrência. A oferta no campo mais estável e o consumo retraído na ponta final, além de elevarem as especulações e incertezas, podem pressionar as cotações no campo e resultar em quedas nos preços no segundo trimestre, movimento que, ressalta-se, seria atípico para o período. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.