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20/May/2025

Frango: regionalização permitirá retomar exportação

Segundo o Insper Agro Global, o Brasil poderá ter suas exportações de frango retomadas de forma regionalizada caso demonstre eficácia no controle do foco de gripe aviária detectado em Montenegro (RS). Em vez de banir por completo as importações de um país onde foi registrada uma ocorrência, os países tendem a vetar a compra somente das zonas infectadas. A recente confirmação do primeiro caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) em uma granja comercial brasileira já provocou a suspensão imediata de exportações do Brasil à China e à União Europeia. De tudo o que o Brasil exporta da proteína de aves, 24% vão para essas regiões. A flexibilização das regras sanitárias internacionais nos últimos anos deve facilitar a normalização do comércio. Com o avanço da ocorrência da doença em várias regiões, hoje já não existem grandes mercados consumidores que só compram de países livres da doença.

Um exemplo citado na análise é a própria China, que mantém importações de carne de frango dos Estados Unidos mesmo após a detecção do vírus em granjas americanas em 2017. Dados do Trade Data Monitor apresentados no relatório mostram que o Brasil detém 52% das importações chinesas do produto, seguido por EUA (16%), Rússia (12%) e Tailândia (11%). No curto prazo, porém, o setor deve enfrentar dificuldades no mercado doméstico. Essas suspensões imediatas podem desbalancear de modo imediato o mercado de frango no País, provocando queda de preços com a tendência de uma superoferta mais imediata. Para a retomada dos mercados, o Brasil precisará seguir rigorosamente os protocolos da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), com o isolamento efetivo da área afetada e medidas de vigilância sanitária. Desde que seja demonstrado que o Brasil tenha capacidade de efetivamente conseguir isolar essa área e atender às premissas da OMSA, poderá ter mercados reabertos pelo conceito de zoneamento ou regionalização.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, avaliou que o tempo de suspensão das exportações de carne de frango do Brasil à China, estipulado em pelo menos 60 dias, pode ser reduzido, a partir de conversas diplomáticas e comerciais. A interrupção dos embarques foi tomada pelo Brasil, respeitando o protocolo sanitário assinado com a China, em função da detecção de um foco de gripe aviária nesta semana em uma granja de matrizes em Montenegro (RS). Ainda para Fávaro, a partir dessas conversas, pode ser que as exportações da proteína à China fiquem suspensas apenas na região onde a doença foi detectada. O Paraná é um dos mais interessados na normalização da situação, visto ser líder tanto em produção (com 35% do total do País) e exportação (42%) de carne de frango. Conforme o ministro, há espaço para negociar, o foco é de aproximadamente 28 dias e, se for possível eliminá-lo e rastrear os animais, com transparência e eficiência, o fluxo possa ser normalizado antes dos 60 dias.

Fávaro comentou também que já foi realizado o isolamento da região de Montenegro, no Rio Grande do Sul, e está sendo procedida a rastreabilidade dos pintainhos que de lá saíram. O governo de Minas Gerais anunciou o descarte de 450 toneladas de ovos fecundados provenientes de uma granja de Montenegro (RS), como forma de prevenção. O ministro da Agricultura salientou, além disso, a necessidade de os proprietários das cerca de 20 mil granjas do Paraná continuarem e reforçarem as medidas de segurança nas propriedades. Entre elas, a verificação das telas, mantendo o local das aves fisicamente perfeito para que não haja nenhuma fresta que possibilite a entrada de qualquer outro animal. Também é importante restringir a entrada apenas às pessoas absolutamente necessárias e tomando todas as medidas de desinfecção dos solados de sapatos, das roupas e dos veículos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.