20/May/2025
O Japão suspendeu a importação de aves vivas do Rio Grande do Sul e de produtos avícolas do município de Montenegro (RS) após a confirmação de caso de gripe aviária em uma granja comercial no município. O embargo foi informado em comunicado para imprensa do Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão (MAF). A medida vale desde sexta-feira (16/05). A suspensão é temporária e direcionada à restrição na importação de aves vivas de todo o Estado e de carne de aves e ovos frescos de Montenegro, onde o foco da doença foi detectado. A suspensão ocorre após o registro do primeiro foco de influenza aviária de alta patogenicidade (IAPP, H5N1) em uma granja comercial de produção de matrizes de aves em Montenegro, município na Região Metropolitana de Porto Alegre (RS) confirmado pelo Ministério na última sexta-feira (16/05). “A fim de tomar todas as medidas possíveis para evitar a entrada da doença no Japão, a importação de aves vivas do estado do Rio Grande do Sul foi temporariamente suspensa na sexta-feira, 16 de maio de 2025, e suspendemos temporariamente a importação de carne de aves e ovos frescos da cidade de Montenegro", diz o comunicado.
A autoridade sanitária brasileira informou sobre um surto de gripe aviária em uma unidade avícola em Montenegro. A importação de aves vivas, carne de aves, ovos frescos com casca, entre outros, de países ou regiões afetados está suspensa para evitar que aves vivas mantidas no Japão sejam infectadas com o vírus, e não por razões de higiene alimentar, esclarece o comunicado. A regionalização das restrições está prevista no certificado sanitário acordado entre Brasil e Japão. Em julho do ano passado, o Japão concordou em regionalizar por município o protocolo de IAAP, conforme proposto pelo Ministério da Agricultura. Com isso, os embargos à carne de frango importada do Brasil serão restritos apenas aos municípios com casos confirmados de gripe aviária. O Japão é o terceiro principal destino do frango brasileiro, respondendo por 8,8% das exportações totais do Brasil em 2024. No ano passado, o Brasil exportou 422,979 mil toneladas de carne de frango para o Japão, com receita de US$ 855,746 milhões. De janeiro a abril deste ano, os embarques de carne de frango ao Japão somaram 123,169 mil toneladas, com total de US$ 237,321 milhões.
Segundo dados do Ministério das Finanças do Japão, em 2024 o país importou 451,712 mil toneladas de carne de aves do Brasil, em um total de 1,160 milhão de toneladas importadas pelo país de todas as origens. De pintos vivos, o Japão comprou 30,896 mil toneladas do Brasil de um total de 299,419 mil toneladas. De ovos, a importação japonesa do Brasil chegou a 1,293 mil toneladas de um total e 24,983 mil toneladas. O Ministério da Agricultura já estava considerando o Japão entre destinos com restrição nas exportações de produtos avícolas do Brasil. Além das suspensões regionais das compras pelo Japão, as exportações de frango e derivados de todo o território brasileiro estão suspensas para China, União Europeia, Canadá, África do Sul, Chile, Argentina, Uruguai, México e Coreia do Sul. Ao todo, os embarques do frango brasileiro de todo o território nacional atingem cinco países. As suspensões temporárias dos embarques estão previstas nos protocolos sanitários acordados entre o Brasil e os parceiros comerciais.
Todos os quase 150 países para os quais o Brasil exporta aves e derivados foram notificados da ocorrência do caso assim que o foco foi confirmado. A suspensão mais recente é para o Chile. Outros acordos também preveem a restrição à certificação para exportação de produtos de todo o território brasileiro em ocorrência de gripe aviária, caso da Coreia do Sul, do México e da Rússia. Argentina e Uruguai, por sua vez, possuem acordos de regionalização dos embargos com o Brasil, embora tenham suspendido as compras de frango de todo o País. As suspensões totais às exportações de carne de aves e derivados do Brasil são temporárias e tendem a se reverter em embargos regionais, ou seja, restritos ao raio de 10 quilômetros de onde o caso foi detectado, ao município de Montenegro ou ao Estado. Cada caso é um caso. Muitos países suspendem o Brasil como um todo como medida de precaução inicial. Quando veem que o caso está contido e recebem mais informações, eles migram para regionalização de raio, município ou Estado.
Situação semelhante ocorreu no ano passado quando o Rio Grande do Sul detectou um caso da Doença de Newcastle. O prazo para a flexibilização das suspensões pelos países parceiros vai depender da decisão de cada país e do andamento do foco de gripe aviária A regionalização dos embargos, contudo, não depende da conclusão do foco, contabilizado em 28 dias após a desinfecção do local afetado. No caso da Newcastle, a China regionalizou a suspensão restringindo ao Rio Grande do Sul em 25 dias. A expectativa é de flexibilização também da UE, que segue o que preconiza a Organização Mundial e Saúde Animal (OMSA). É importante acompanhar a evolução do caso, encerrar o foco e cumprir todos os procedimentos necessários para retomar o status de livre de gripe aviária no plantel comercial. O Brasil vai fornecer as informações solicitadas e isso deve ser revertido de maneira célere pelos países. O Brasil é o maior produtor e exportador de frango do mundo, responsável por 35% do comércio mundial da proteína.
A demanda mundial pela carne de frango brasileira está aquecida, já que os principais players estão com plantéis atingidos pela gripe aviária. O mundo está comprando 9% mais frango do Brasil neste ano com preços maiores em relação ao ano passado, mostrando a forte demanda. No ano passado, mesmo com a gripe aviária em seu território, os Estados Unidos exportaram 3,3 milhões de toneladas de frango, enquanto a Polônia pode manter embarques para a União Europeia. O mundo está se acostumando com essa situação. A doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves e ovos. Ainda, o México suspendeu a importação de produtos avícolas do Brasil. A medida foi tomada para proteger a indústria avícola local e que se trata de uma suspensão preventiva. A suspensão vale para a importação de carne de frango, ovos férteis e aves vivas, entre outros produtos avícolas, do Brasil. O Ministério da Agricultura do Brasil comunicou o Serviço Nacional de Saúde, Segurança e Qualidade Agroalimentar (Senasica) no dia 15 de maio sobre um foco de gripe aviária em território brasileiro.
Portanto, o México decidiu suspender a importação de produtos avícolas do Brasil enquanto recebe informações de saúde animal sobre a resposta ao surto. O governo mexicano ressalta ainda que a decisão foi tomada para evitar riscos à saúde animal na produção avícola nacional. Portanto, carne de aves, ovos férteis, ovos livres de patógenos específicos (SPF), frangos de até três dias de idade, vísceras de aves para consumo humano e matérias-primas de aves para produção de alimentos para animais de estimação não poderão entrar. Aves canoras, ornamentais e de rapina também não poderão entrar no país. A suspensão pelo México já era esperada pelo governo brasileiro. O protocolo acordado entre Brasil e México prevê a restrição à certificação para exportação de produtos de todo o território brasileiro para o país em caso de ocorrência de gripe aviário em plantel comercial. O Ministério da Agricultura estima que o Brasil pode deixar de exportar de US$ 100 milhões a US$ 200 milhões de frango e derivados por mês. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.