20/May/2025
O Ministério da Agricultura e Pecuária está investigando 3 locais com suspeitas de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves, cujas doenças-alvo são Influenza Aviária e Doença de Newcastle, nos estados de Minas Gerais, Ceará e Tocantins, ainda sem resultados laboratoriais conclusivos. As cidades alvo de investigação são Sabará (MG), Salitre (CE) e Aguiarnópolis (TO). Todos os procedimentos estão sendo realizados em galinhas. Além disso, 2 investigações realizadas este mês tiveram resultado laboratorial positivo para vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade, mas em nenhuma amostra foi detectada a Doença de Newcastle. Do dia 18 de abril a 17 de maio, foram realizadas 59 investigações, sendo que 16 foram classificadas pelo Médico Veterinário Oficial como casos prováveis da síndrome. Por isso, obrigatoriamente são coletadas amostras para diagnóstico laboratorial. Uma suspeita de gripe aviária (influenza aviária de alta patogenicidade, H5N1) em granja comercial em Ipumirim, no oeste de Santa Catarina, é investigada pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO).
A investigação consta da plataforma de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves, do Ministério da Agricultura. Ainda em plantel comercial, há outra investigação em curso de suspeita da doença em um abatedouro de frangos de corte em Aguiarnópolis, no norte de Tocantins. Ao todo, há seis investigações em curso. Além das duas suspeitas em plantel comercial, são investigados eventuais focos em produção de subsistência em Salitre (CE), Gracho Cardoso (SE), Nova Brasilândia (MT) e Triunfo (RS). As investigações estão em andamento, com coleta de amostra e ainda sem resultado laboratorial conclusivo. Até o momento, há um caso confirmado de gripe aviária em granja comercial no País, em Montenegro, em um matrizeiro de aves na Região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, conforme dados da plataforma de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves, do Ministério da Agricultura. No total, há 164 casos da doença em animais silvestres no País (sendo 160 em aves silvestres e 4 em leões-marinhos), 3 focos em produção de subsistência, de criação doméstica, e 1 em produção comercial, somando 168 ao todo no País.
Essas investigações são corriqueiras no sistema de defesa agropecuária nacional, já que a notificação é obrigatória. A Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (vírus H5N1) é uma doença de notificação obrigatória imediata aos órgãos oficiais de defesa sanitária animal do País. Produtores rurais, técnicos, proprietários, prestadores de serviço, pesquisadores e demais envolvidos com a criação de animais devem notificar imediatamente os casos suspeitos da doença ao Serviço Veterinário Oficial (SVO). Nas investigações classificadas pelo médico veterinário oficial como casos prováveis de Síndrome Respiratória e Nervosa das aves, obrigatoriamente, são coletadas amostras para diagnóstico laboratorial. Diante de resultados negativos para Influenza aviária e Doença de Newcastle, os casos são descartados e a investigação é encerrada.
Ainda, o governo de Santa Catarina proibiu a entrada em seu território de aves vivas e ovos férteis oriunda de 12 municípios do Rio Grande do Sul, em função da declaração de emergência zoossanitária pela detecção de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP). Está autorizado o ingresso em Santa Catarina de aves vivas e ovos férteis, oriundas do Rio Grande do Sul, excetuando-se aquelas provenientes dos seguintes municípios integrantes da zona de contenção do foco. O veto se aplica às cidades de Cachoeirinha, Canoas, Capela Santana, Esteio, Gravataí, Montenegro, Nova Santa Rita, Novo Hamburgo, Portão, São Leopoldo, Sapucaia do Sul e Triunfo. A medida atende à necessidade de adoção de medidas imediatas de contenção, mitigação e prevenção à disseminação do agente etiológico no território catarinense. O resultado do exame que apura uma suspeita de gripe aviária em uma granja no município de Ipumirim (SC) deve ser divulgado até esta terça-feira (20/05), segundo a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc).
A unidade em questão abrigava pintinhos de cinco dias de vida e registrou uma alta taxa de mortalidade, acima de 10%, o que motivou a notificação à defesa sanitária. A notificação foi recebida no sábado (17/05) de maio, sobre uma suspeita em uma granja de aves no município de Ipumirim. No mesmo dia, a Cidasc esteve no local, cumprindo seu protocolo: coletou amostras das aves e as encaminhou para o laboratório oficial do Ministério da Agricultura, responsável pela análise. O exame está sendo realizado por um laboratório vinculado ao Ministério da Agricultura e Pecuária. Até o momento, não há confirmação da doença. Caso se confirme a doença, um novo protocolo poderá ser acionado imediatamente. A notificação seguiu os critérios estabelecidos pelo protocolo nacional de sanidade avícola. O governo estadual determinou o uso de todos os recursos disponíveis para evitar a entrada do vírus em Santa Catarina. Uma suspeita de gripe aviária em granja comercial em Aguiarnópolis, no norte de Tocantins, é investigada pelo Serviço Veterinário Oficial.
Trata-se de uma investigação de rotina, conduzida conforme os protocolos sanitários vigentes, afirmou a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Tocantins (Adapec). A investigação está em andamento, com coleta de amostra e ainda sem resultado laboratorial conclusivo. As aves com suspeita da doença são galinhas de produção comercial. O exame laboratorial que vai descartar ou confirmar a suspeita é realizado pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA), de Campinas (SP), referência no tema. De acordo com a agência local de defesa agropecuária, as aves com sinais de enfermidade foram identificadas durante inspeção de rotina realizada em 15 de maio, num abatedouro de frangos de corte no município de Aguiarnópolis, localizado na divisa entre Tocantins e Maranhão, sob supervisão do Serviço de Inspeção Estadual (SIE), explicou a Adapec. As amostras foram coletadas ainda no dia da inspeção (15/05) e enviadas em 16 de maio ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) de Campinas (SP), unidade oficial do Ministério da Agricultura para análise específica de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves.
A Adapec ressalta que assim que os sinais clínicos foram identificados, a propriedade foi imediatamente interditada e teve sua ficha sanitária bloqueada, cenário que será mantido até a conclusão da investigação", destacou a Agência de Defesa Agropecuária de Tocantins. As aves apresentaram torcicolo, um dos possíveis sintomas da IAAP. Aproximadamente 7 aves apresentaram os sintomas dentro de mais de 1 mil da granja, o que é um sinal de que a presença do vírus tende a dar negativo. A Adapec informou nesta segunda-feira (19/05) que interditou a propriedade de Aguiarnópolis, onde, em lote de 40 mil aves, 7 aves foram encontradas com sintomas compatíveis com síndrome respiratória e nervosa. Além disso, isolou, no abatedouro, as carcaças do lote afetado até que se conclua a investigação sobre qual doença afetou as aves. Este é um dos casos em granja comercial que seguem sob investigação, pelo Ministério da Agricultura, para detecção ou não de gripe aviária de alta patogenicidade.
O laudo preliminar, divulgado pelo Ministério da Agricultura ainda no domingo (18/05), descartou a presença dos vírus da gripe aviária (H5N1 e H7N9) de alta patogenicidade. A agência de defesa informa que, preliminarmente, se trata de influenza A de baixa patogenicidade. De todo modo, como medida preventiva, a Adapec interditou a propriedade, que atualmente está sem animais. Todas as ações seguem os protocolos sanitários estabelecidos, dentro da normalidade e das rotinas técnicas da Agência. A Adapec comenta que a detecção precoce das aves doentes, feita em inspeção de rotina, e a ação eficiente dos técnicos do Serviço de Inspeção Estadual da agência garantiram o controle da situação. O número de aves que apresentaram enfermidade, os sintomas encontrados, e os achados de necrópsia corroboram com o resultado preliminar.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) acompanha com atenção a confirmação, por parte do Ministério da Agricultura e Pecuária do primeiro foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em um plantel comercial de aves no Brasil. Segundo a FAO, o caso marca uma nova etapa na presença do vírus, que até então se limitava a aves silvestres e de criação caseira. Desde 2022, mais de 4,7 mil surtos de gripe aviária altamente patogênica foram notificados na América Latina e no Caribe, afetando aves de criação, aves migratórias, mamíferos marinhos e até animais de estimação. A propagação do vírus segue as rotas naturais das aves migratórias, conectando ecossistemas do Canadá até a Terra do Fogo. O consumo de carne de ave e ovos continua sendo seguro, especialmente quando bem cozidos, e que o risco de infecção humana permanece baixo. Os avanços recentes da gripe aviária reforçam a urgência de fortalecer os sistemas nacionais de vigilância, biossegurança e resposta rápida, com atenção especial aos pequenos e médios produtores.
É importante adotar a abordagem de 'Uma só saúde', que considera de forma integrada as interações entre animais, seres humanos e o meio ambiente, o que pode ajudar a conter a propagação do vírus. Segundo o comunicado da FAO, em 2023 e 2024, foram realizadas medidas de contenção em mais de 440 casos de surtos de doenças transfronteiriças, incluindo a IAAP, em mais de 50 países. Nos últimos meses, Argentina, Colômbia, México, Panamá, Peru e Porto Rico anunciaram casos de IAAP. É fundamental um trabalho coordenado entre todos os países da região para conter a propagação do surto ao longo do continente. Somente por meio de uma ação conjunta e contínua será possível proteger a saúde animal, salvaguardar a saúde pública e fortalecer a resiliência dos sistemas agroalimentares. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.