ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

22/May/2025

Frango: RS já concluiu as vistoria em Montenegro

O governo do Rio Grande do Sul concluiu na terça-feira (20/05) a vistoria de todas as propriedades em um raio de até 10 Km do local em que foi detectado um foco de gripe aviária em granja comercial no município de Montenegro, informou a Secretaria da Agricultura do Estado. Ao todo, 540 propriedades rurais foram vistoriadas. As 19 propriedades rurais que têm presença de aves em um raio de 3 Km do foco de gripe aviária foram revisitadas. No sábado (24/05), a vigilância sanitária estadual vai iniciar a revisitação nas propriedades no raio de 10 Km. As medidas estão previstas no Plano Nacional de Contingência de Influenza Aviária. As sete barreiras sanitárias instaladas no Estado funcionam 24 horas por dia e já desinfectaram cerca de 1.200 veículos. Além das ações de vigilância ativa e barreiras de desinfecção, os servidores estão atuando em atividades de educação sanitária, com orientações em escolas e visitas em agropecuárias no raio de 10 Km do foco.

Durante a vistoria às propriedades, uma ave de subsistência com sintomas respiratórios foi coletada no município de Montenegro e enviada ao Laboratório Federal de Diagnóstico Agropecuário, em Campinas (SP). O Estado aguarda o resultado do Ministério da Agricultura e Pecuária. Pela primeira vez em sua história, o País registrou um foco de gripe aviária numa granja comercial. Confirmado no final da semana passada pelo Ministério da Agricultura, o caso levou à suspensão das importações de carne de frango pela União Europeia, China e mais de uma dezena de outros países. As autoridades agiram rápido para conter a crise. A granja já passou pelo processo de limpeza e desinfecção, todas as aves foram abatidas, os produtos e resíduos foram descartados, barreiras sanitárias e de contenção foram instaladas no entorno da propriedade e mais da metade dos estabelecimentos vizinhos já passou por vistoria.

Há investigações sobre possíveis focos da doença em curso em alguns Estados, mas, ao que tudo indica, os prejuízos para a avicultura brasileira serão limitados. De acordo com o Ministério da Agricultura, o País deve deixar de exportar entre US$ 100 milhões e US$ 200 milhões em frango e derivados por mês em razão da suspensão temporária. O Ministério da Agricultura decidiu não perder tempo e já negocia a flexibilização do embargo com os importadores. Alguns parceiros comerciais que têm acordos de regionalização podem restringir o embargo ao Rio Grande do Sul ou mesmo ao município de Montenegro, como foi o caso do Japão. O ciclo produtivo do frango até o abate é relativamente curto, entre 40 e 45 dias, e a produção é concentrada em grandes companhias e cooperativas, o que ajuda a conter a crise.

Se não surgirem novos casos em 28 dias, o País poderá retomar o status de livre de gripe aviária. Se assim for, as exportações para a China, principal destino do frango brasileiro, poderão ser retomadas em menos de 60 dias, como prevê o ministro Carlos Fávaro. Até lá, os consumidores brasileiros eventualmente poderão aproveitar os preços mais baixos sem medo, já que a oferta no mercado interno deve aumentar temporariamente. A doença não é transmitida pela ingestão de carne e de ovos, e o risco de infecção humana é baixo. Mas, para os produtores do Estado, especialmente do Vale do Caí, onde fica o município de Montenegro, trata-se de mais um duro golpe após as enchentes que castigaram a região há pouco mais de um ano.

O vírus H5N1 circulava no País desde 2023, mas até então só havia contaminado aves silvestres ou de criação doméstica. Plantéis comerciais brasileiros permaneceram livres da doença por quase 20 anos, prova de que o sistema de fiscalização é robusto, de que as medidas de biossegurança funcionam e de que os produtores estão atentos a suspeitas de infecção. Mas, o risco não pode ser subestimado e sempre há espaço para aprimorar o controle. Uma ação coordenada com países vizinhos, como recomenda a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), é a melhor forma de conter a propagação do vírus no continente. Pela importância do setor para a economia brasileira, esse trabalho ganha urgência. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.