26/May/2025
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) descarta neste momento impactos da gripe aviária sobre a cadeia produtiva. A avaliação considera o fato de apenas um foco da doença ter sido confirmado no plantel comercial do País, em um matrizeiro de aves em Montenegro (RS) e o caso estar controlado. A percepção é de que não vai haver qualquer impacto na produção. Uma vez ficando restrito a esse caso e sabendo do consumo elevado da proteína no País, superior a 50 Kg per capita/ano, não deve haver impactos na cadeia. Do lado da produção, não deve haver em um primeiro momento redução no alojamento e abate de aves pela indústria, o que reduz os impactos aos produtores rurais. A indústria tem condições hoje de segurar essa proteína até que as exportações sejam retomadas, enquanto o consumo interno é robusto. A expectativa é de que isso se resolva rapidamente e não terá impacto nenhum na cadeia produtiva. A perspectiva do setor em relação à contenção do foco "é muito boa", considerando as medidas adotadas pelos serviços veterinários estaduais e federal.
Na quinta-feira (22/05), o Brasil entrou no período de vazio sanitário, 28 dias após desinfecção da área e prazo necessário para o País retomar o status livre de gripe aviária sem a ocorrência de novos casos. Pelo que já foi feito nos últimos 20 a 30 anos em segurança sanitária, isso vai ser debelado rapidamente. O Brasil deve resolver o problema rapidamente e dar a resposta que o mundo espera. O Brasil terá a oportunidade de mostrar ao mundo, diferentemente de outros países onde a doença se disseminou rapidamente no plantel comercial, que o caso no Rio Grande do Sul foi uma "fatalidade" e que não irá se repetir. Os produtores brasileiros, em relação às enfermidades que podem acometer à produção nacional, são robustos e eficientes. Neste sentido, a CNA espera a rápida normalidade das exportações. Atualmente, as exportações de carne de frango de todo o território brasileiro estão suspensas temporariamente para 20 destinos, incluindo a China, o maior comprador do frango nacional.
A entidade encaminhará um comunicado às Embaixadas do Brasil no exterior sobre os cuidados e ações adotadas nas granjas a fim do esclarecimento dos importadores. Em relação aos preços da carne de aves e derivados no País, não há impactos imediatos nos valores na indústria e no varejo. O preço do frango vai se manter no mesmo patamar. Os motivos são que o foco vai ser debelado rapidamente, a indústria consegue absorver determinado estoque da proteína e, fora isso, o Brasil consome 70% do que produz. Além disso, o frango já é uma proteína barata em relação à carne bovina e à carne suína. Os produtores rurais seguem os protocolos repassados pela indústria e pelos serviços veterinários oficiais. A atenção da cadeia produtiva está redobrada quanto ao rigor dos protocolos. Ressalta-se que o Brasil conseguiu evitar que a doença entrasse em seu plantel por mais de vinte anos. A preocupação com a doença se estende a todas as regiões em virtude da presença de aves migratórias.
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) está otimista com a mitigação dos impactos do primeiro caso confirmado de gripe aviária em uma granja comercial no Brasil. Países concorrentes com o Brasil na produção de frango, caso dos Estados Unidos e da União Europeia, sobretudo na Polônia, têm casos ativos há 20 anos e continuam tendo acesso ao comércio internacional. A contenção da doença no País, com apenas um caso confirmado no plantel comercial, é fator positivo. Há muita confiança no serviço de defesa agropecuária que tem funcionado bem e evitou a entrada do vírus no sistema comercial por dois anos após sua circulação entre aves silvestres no País. Em relação ao Paraná, maior produtor e exportador de frango do País, as cooperativas estão acompanhando desdobramentos das suspensões temporárias e cautelares das exportações de carne de frango, já que o Estado responde por 40% do frango consumido e comercializado pelo País. O serviço de fiscalização e de vigilância da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) está funcionando, o que tem evitado a propagação da doença. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.