27/May/2025

Segundo o Itaú BBA, as negociações entre o governo brasileiro e os países que impuseram embargos à carne de frango após a confirmação de um caso de gripe aviária em granja comercial no Rio Grande do Sul serão decisivas para medir a dimensão dos impactos negativos sobre o setor. Deve haver queda no volume exportado. O cenário tende a se agravar se surgirem novos casos, mas mesmo que fique restrito a somente este, as exportações irão ceder pelo menos no próximo mês. Desde a notificação oficial do caso, mais de 20 países impuseram bloqueios totais à carne de frango brasileira.

Entre os mais relevantes, China, União Europeia e Filipinas suspenderam as compras de todo o País, enquanto Emirados Árabes, Arábia Saudita e Japão limitaram os embargos ao município de Montenegro, onde o foco foi detectado. O impacto nos preços internos e nas margens da indústria dependerá diretamente da extensão dos embargos. Na hipótese de não ocorrerem novos casos, é possível que o País consiga negociar rapidamente a regionalização dos bloqueios, o que suavizaria a queda das exportações e, por consequência, reduziria o aumento da oferta no mercado interno. Ainda assim, uma solução rápida não é o cenário mais provável.

Não parece provável que tudo isso seja resolvido em menos de um mês, o que, caso ocorra, será um grande sucesso. Diante das incertezas, a expectativa é de que as exportações em junho deverão enfraquecer razoavelmente em relação aos números observados até a terceira semana de maio e que os preços no mercado doméstico tendam a perder sustentação. Apesar da pressão de curto prazo, o Brasil continua sendo um fornecedor importante em um mercado global dominado por apenas quatro grandes exportadores: Brasil, Estados Unidos, União Europeia e Tailândia, todos com histórico recente da doença. É improvável que o Brasil sofra reduções expressivas e duradouras de demanda externa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.