28/May/2025

Passados três anos e meio da fusão ente Embaré e Betânia, que deu origem à companhia, a Alvoar Lácteos, líder no segmento na Região Nordeste, entra em uma nova fase: a de expansão. A empresa acaba de investir R$ 30 milhões na modernização e expansão da capacidade de produção de iogurtes em sua planta de Morada Nova (CE), a cerca de 170 quilômetros de Fortaleza (CE). No próximo passo, o foco será ampliar a produção de queijo. A companhia ainda avalia qual caminho seguirá nessa frente, se a expansão de suas próprias linhas de produção ou a compra de empresas que já atuam no segmento. A empresa está atenta a ativos de queijo, pois tem marca, distribuição, e uma fábrica de queijo vai acelerar a estratégia. Para uma eventual aquisição, a prioridade da Alvoar será buscar unidades próximas às suas plantas atuais, com boa presença no mercado local e capacidade de expansão.

A aposta da companhia em queijos e iogurtes tem razão de ser. Os dois segmentos estão crescendo em um ritmo bem acima da média da indústria de lácteos, enquanto as vendas de leite UHT e em pó seguem estagnadas no País. Segundo dados da Nielsen, em 2024, as vendas destes últimos dois produtos apresentaram queda de 0,7% e 14% em volume, respectivamente. Apesar de a Alvoar já possuir uma produção própria de queijos, a empresa não tem escala para competir, de fato, neste mercado. Outro ponto positivo para uma aquisição neste momento está na redução do nível de endividamento da companhia. O nível de alavancagem da Alvoar caiu de 6 vezes a dívida líquida sobre o Ebitda para 1,7 vez. Há condições de fazer uma aquisição relevante sem colocar em risco a saúde da empresa.

Atualmente, a venda de queijos representa de 3% a 5% do faturamento da Alvoar, enquanto as de iogurtes giram em torno de 17%. A meta é ao menos manter esses patamares, evitando aumentar a dependência da empresa dos segmentos de leite UHT e em pó. Esse negócio é a próxima grande fronteira do Brasil. A avaliação parte da mudança dos hábitos de consumo observadas no setor. É como se o segmento estivesse vivendo um renascimento, com a valorização da proteína láctea. O consumidor não está mais bebendo leite, mas “comendo leite”. Ainda segundo dados da Nielsen, o consumo de shakes proteicos cresceu 44% em 2024, e a Alvoar está “surfando nesta onda”, deixando de ser uma empresa normalmente voltada para comprar e repassar o leite ao consumidor e entrando em outras faixas de consumo. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.