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28/May/2025

Frango: setor critica os embargos à carne brasileira

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) criticou os embargos pela China para a carne de frango do Rio Grande do Sul, iniciada em 2024, em função de um caso da doença de Newcastle, e agora de todo o País, em função de uma ocorrência de gripe aviária em uma granja comercial, também no Rio Grande do Sul. A entidade questiona o fato de o Rio Grande do Sul estar fechado até hoje, e agora novamente, sem reconhecimento da regionalização. Isso parece um exagero de cautela. O setor aguarda uma postura diferente da China em relação à gripe aviária, na esperança de que a retomada das exportações possa ocorrer com o reconhecimento da regionalização, medida que poderia minimizar os impactos econômicos para o setor avícola do Rio Grande do Sul. Na recente visita presidencial à China, o presidente Lula apoiou colocar esse tema na pauta exatamente por compreender a necessidade de ajudar o Rio Grande do Sul. Ainda assim, não houve avanços.

Além da suspensão do mercado, o setor enfrenta pressão dos preços puxados para baixo por outro fator: a safra recorde de milho, que deve chegar aos maiores patamares da história. Há dois fatores que puxam para baixo os preços: um é a safra de milho, que deve vir nos maiores patamares da história, e o outro é a própria questão da suspensão do mercado, que acaba gerando um fechamento. Isso pode aumentar a oferta interna. Para a entidade, a gripe aviária que afeta o Brasil atualmente deve atrasar, mas não impedir, a retomada das negociações para abertura de novos mercados internacionais para as proteínas animais do País. A entidade destacou a postura transparente do País no enfrentamento da crise sanitária como um trunfo. O Brasil está presente em 151 países dos 192 que têm bandeira na Organização das Nações Unidas (ONU) e mantém quase 40% do market share mundial como maior exportador global do setor. Já se observa alta dos preços em outros países, como a África do Sul e a Argentina, como reflexo da queda da oferta global. Foi ressaltada a importância da regionalização como estratégia para manter o fluxo comercial durante episódios sanitários.

Se houver um caso de gripe aviária em algum lugar, a regionalização vai permitir que continuem recebendo produtos do Brasil. Embora a gripe aviária possa retardar a abertura de mercados, a confiança na qualidade e na transparência brasileira deve ser decisiva para a continuidade das negociações, com destaque para países como Indonésia, Nigéria e Bangladesh. O Brasil vai sair mais fortalecido do caso de gripe aviária. A entidade criticou as suspensões de importações de carne de frango brasileira por parte de alguns países após a confirmação de casos de Influenza Aviária em território nacional. Não há risco de contaminação pelo consumo da carne ou dos ovos e as restrições seriam fruto de um modelo ultrapassado de precaução sanitária. As suspensões automáticas previstas em alguns protocolos de exportação são desproporcionais e muitas vezes usadas como ferramenta de protecionismo. Hoje, não há como transmitir o vírus pelo alimento. Esse tipo de bloqueio é, muitas vezes, um excesso de precaução e, em alguns casos, chega a esconder práticas de protecionismo comercial.

Alguns países estão criando uma "xenofobia do vírus", ao suspenderem apenas os embarques do Brasil, mas manterem as compras de países com registros contínuos da doença. Como se o vírus do Brasil fosse mais perigoso do que o vírus que circula nesses próprios países. Os Estados Unidos é um exemplo de grande exportador de carne de frango e ovos que convive com surtos da doença, mas não sofre as mesmas sanções. Os Estados Unidos exportaram 3,3 milhões de toneladas no ano passado para mais de 120 países, mesmo com casos de Influenza Aviária durante todo o ano. A crítica também alcançou países como México, Canadá e República Dominicana, que continuam importando produtos dos Estados Unidos mesmo com registros da doença, mas barraram temporariamente embarques brasileiros. Isso não tem lógica. A ABPA defendeu uma revisão dos protocolos internacionais. É preciso reformular esse pensamento global. Em alguns mercados, os preços já subiram devido à ausência temporária da carne brasileira. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.