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04/Jun/2025

Inteligência Artificial em confinamentos e granjas

Nos 15 confinamentos de bovinos atendidos pela Nutron, marca de nutrição animal da Cargill no mercado brasileiro, drones sobrevoam os bovinos de forma autônoma para captar fotos, que depois seguem para análises. A máquina envia as imagens para uma plataforma online. Nesse ambiente, uma inteligência artificial analisa as fotos para contar quantos bovinos há em cada curral, identifica se os bovinos estão em pé ou deitados, perto ou longe do cocho e do bebedouro. A ferramenta também conta cabeças e é capaz de medir até os níveis de comida no cocho. No agro nacional, é comum ouvir a máxima de que a pecuária demora mais do que a agricultura para adotar novas tecnologias. Mas isso não significa que essa adoção não esteja em andamento. Inovações que combinam leitura facial, inteligência artificial e drones têm aparecido com frequência crescente nos diversos segmentos da pecuária, e em propriedades de todos os tamanhos.

No caso da Nutron, a tecnologia permite ao pecuarista ter informações em tempo real sobre o bem-estar e o comportamento de seus animais. Com isso, a ferramenta, chamada de CattleView, apoia a tomada de decisão nas fazendas com base nessas informações. Isso tira subjetividade e traz objetividade na análise do comportamento dos animais. A tecnologia, lançada em 2022, já monitora 400 mil cabeças. A múlti norte-americana estima que o CattleView possa reduzir o custo de mão de obra em aproximadamente US$ 1,00 por cabeça por ano e o desperdício de ração em US$ 1,00 por bovino por ano. Além disso, estima um aumento do lucro em US$ 6,00 por bovino por ano. No Grupo Caaporã Agrossilvipastoril, que tem duas fazendas de pecuária em Tocantins no modelo silvipastoril, em que há o plantio de árvores no meio do pasto, uma tecnologia da iRancho ajudou a aumentar o loteamento médio de bovinos para duas cabeças por hectare. A média era de 0,8 cabeça por hectare.

A agtech, que faz gestão individual dos dados de animais com foco em pecuária de baixo carbono, está operando há um ano nas fazendas do grupo. No País, a iRancho já atende mais de 10 mil fazendas, com mais de 6 milhões de cabeças de gado monitoradas. Nas fazendas da Caaporã, a taxa média de ganho de peso diário por bovino cresceu quatro vezes, para 600 gramas, desde o início do uso da plataforma. As novas metas do grupo são atingir lotação três cabeças por hectare e 700 gramas de ganho de peso diário por cabeça em 2026. Não seria possível atingir resultados tão robustos utilizando métodos tradicionais. A tecnologia é essencial nesse processo. Com o sistema silvipastoril, a empresa recupera pastos degradados, transformando-os em pastagens de alta produtividade. Outra tecnologia que ganha espaço entre os pecuaristas é a de rastreabilidade individual do gado. É preciso ter cada vez mais informações confiáveis de cada bovino para produzir uma carne de baixo carbono.

Para a iRancho, sem um sistema de gestão para controlar o rebanho, é impossível atingir um alto nível de precisão. O pecuarista já entendeu que precisa de uma solução que tenha um banco de dados apoiado por alta tecnologia, capaz de fornecer todo o histórico de evolução do bovino. Em outros segmentos da pecuária, a preocupação é a mesma. Para auxiliar na proteção de aves de criação, a holandesa Vaxxinova, de saúde animal, apresentou uma tecnologia baseada em IA desenvolvida pelo instituto Venturus. A tecnologia analisa e classifica o parasita Eimeria, causador da coccidiose aviária, doença que compromete a produção e a sanidade de frangos. A IA identifica, classifica e quantifica os oocistos nas amostras com alta precisão. Antes disso, todo o processo de identificação, classificação e quantificação dos oocistos era feito de forma manual, o que demandava mais tempo para desenvolver uma vacina eficaz para cada caso. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.