09/Jun/2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu na sexta-feira (06/06) em Paris o reconhecimento oficial da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) de que o Brasil é um país livre de febre aftosa sem vacinação. O certificado foi entregue pela presidente da OMSA, Emmanuelle Soubeyran, ao presidente Lula em cerimônia em Paris. O novo status sanitário foi aprovado durante a 92ª Assembleia da Organização realizada no dia 29 de maio em Paris, na França. O Brasil se declarou livre da febre aftosa sem vacinação há um ano, após o fim da última imunização contra a doença. A certificação pela OMSA exige a suspensão da vacinação contra a febre aftosa e a proibição de ingresso de animais vacinados nos Estados por, pelo menos, 12 meses antes da mudança do status sanitário, o que foi cumprido pelo País. Agora, com o certificado da OMSA, o Brasil tem o reconhecimento internacional do máximo status sanitário. O governo e o setor produtivo avaliam que o novo status sanitário deve permitir o acesso das carnes brasileiras a mercados mais exigentes, como o Japão e Coreia do Sul.
Ao todo, mais de 244 milhões de bovinos e bubalinos em cerca de 3,2 milhões de propriedades deixaram de ser vacinados contra a doença, processo iniciado há mais de 50 anos, segundo informações do Ministério da Agricultura. A última ocorrência da doença em território nacional foi em 2006, seguida da implementação de zonas livres de febre aftosa. Até então, somente os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso tinham o reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação pela OMSA. O Brasil iniciou as campanhas para erradicação da doença na década de 1960. Desde lá, o País foi avançando gradativamente tanto no controle da doença quanto na retirada de vacinação nos Estados até alcançar o status sanitário máximo. O Brasil alcançou o reconhecimento internacional com o novo status sanitário um ano antes do previsto no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA), lançado em 2017.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandonsky, participam da cerimônia. Acompanham o evento o governador do Maranhão, Carlos Brandão, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa; da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin; presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Paulo Mustefaga; o presidente do Conselho de Administração da Marfrig, Marcos Molina; o presidente da Friboi, Renato Costa; presidente da Seara, João Campos, entre outros empresários da indústria brasileira e do setor exportador. O presidente Lula afirmou que o reconhecimento do Brasil como um país livre de febre aftosa é uma “medalha de ouro”. Em discurso em Paris, na França, o presidente destacou que o agronegócio e a pecuária são as principais vertentes econômicas, e não só um “quebra-galho”.
“É um dia histórico por merecimento de cada um de vocês que entendeu que, se a gente quer competir, a gente tem de ser o melhor. A gente quer produzir a melhor carne, a gente quer produzir a carne mais saudável, e a gente quer disputar os mercados do mundo inteiro com quem quer que seja”, disse o presidente. Lula disse ainda que, com a febre aftosa sem circulação no País, o objetivo é impedir que ela volte a circular. Lula afirmou também que, com o reconhecimento, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, garantiu o cargo na Esplanada até o ano que vem. Segundo Lula, o crescimento da agricultura pode fazer com que o Brasil cresça mais que 3,4%, em referência ao índice do PIB de 2024. Segundo o presidente, os dados do crescimento econômico no primeiro trimestre mostram que o Brasil pode surpreender o mundo crescendo acima da média. De acordo com o presidente, os frigoríficos brasileiros trabalharam 60 anos para "serem reconhecidos como cidadãos de primeira classe".
Lula afirmou que o Brasil se tornou campeão de exportação de proteína animal no mundo graças ao reconhecimento da sua qualidade e sanidade animal. O presidente afirmou, ainda, que é preciso que o Brasil faça “cada vez melhor” para conseguir disputar e acessar mercados que antes não tinha chance, por conta das regras sanitárias. Lula também apontou que o reconhecimento vai servir de exemplo para o mundo e para a América do Sul. Ele ressaltou que o País tem muitas fronteiras e é preciso cuidar também dos “vizinhos”. Esse certificado é a prova do reconhecimento da robustez e a confiabilidade do nosso sistema de defesa agropecuária. Em referência a questão da importação da tilápia do Vietnã, que causou controvérsias no setor produtivo e nas relações comerciais entre os países, Lula disse que espera que o reconhecimento abra as portas de outros mercados asiáticos, como a Coreia do Sul. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou na sexta-feira (06/06), que o reconhecimento do Brasil estar livre de febre aftosa sem vacinação é “um dia histórico” e que mostra que o País avança na questão sanitária.
A sanidade agropecuária brasileira está comprovada diante da gripe aviária. Para Fávaro, o mundo vive crises mais severos e redundantes, exigindo um fortalecimento do sistema sanitário. O Brasil vive uma crise sanitária no setor de aves, mas, na mesma época e no mesmo período, recebeu o certificado de país livre de febre aftosa sem vacinação. O reconhecimento vai fazer com que o Brasil possa exportar para países com regras mais exigências. A medida possibilita a abertura do mercado japonês. O Brasil, que já exporta carne bovina e suína para mais de 160 países, agora pode, com esse certificado, acessar os mercados mais exigentes. Para Fávaro, o certificado faz com que o Brasil entre no “rol dos melhores países do mundo em relação à sanidade animal”. O ministro ainda fez um pedido para que o Brasil receba uma Conferência Mundial de Saúde Animal em 2026. O ministro da Agricultura afirmou que o Brasil não vai mais abrir mão do reconhecimento de país livre de febre aftosa sem vacinação.
Segundo ele, outras nações serão notificadas sobre o certificado obtido na sexta-feira (06/06) pelo País da OMSA. Foi um processo que o Brasil amadureceu e chegou no topo da sanidade mundial. O Brasil, hoje, está igual a todos os países do mundo que têm relevância na sanidade animal. Esse status. É uma grande conquista que vai abrir mais mercados, os mercados mais exigentes exigiam esse atestado e o Brasil conquistou com muita força e muita competência, afirmou Fávaro. Segundo o ministro, 22 Estados foram reconhecidos como livre da doença pela OMSA na semana passada. Ele declarou que a certificação do País, como um todo, deveria ser automática pelo mercado global. A diretora-geral da OMSA, Emmanuelle Soubeyran, afirmou que a certificação oficial de que o Brasil está livre de febre aftosa sem vacinação mostra a capacidade do País de atender critérios internacionais e vai facilitar exportações do País. O Brasil vai servir de modelo para outros países que queiram ter o mesmo sucesso, afirmou na cerimônia realizada em Paris.
Soubeyran defendeu ainda que é preciso manter esforços conjuntos para o combate a doenças animais. A regionalização é crucial e a OMSA precisa dela para dar continuidade ao trabalho e melhorar os serviços veterinários. Destaque para a importância de investimentos contínuos nesse setor. E para que o Brasil continue mantendo esse status, precisará mais investimentos e mais esforços. É preciso estabelecer parcerias público-privadas com o objetivo de melhorar a saúde animal. E isso só acontece graças à cooperação entre todos os países. De acordo com a diretora, melhorar a saúde animal significa também melhorar a economia, promover o comércio, preservar a vida selvagem e diminuir os efeitos das mudanças climáticas. “Este dia começou em 1998, quando os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina foram reconhecidos como primeiras zonas livres de vacina no Brasil e isso levou então após o reconhecimento do País inteiro como livre de febre aftosa sem vacinação”, lembrou Soubeyran.
Ao decorrer dos anos, várias regiões do Brasil foram reconhecidas como livres à medida que o Brasil vai reforçando as suas capacidades em termos de controle e de vigilância. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmaram que o Brasil poderá ampliar mercados para a pecuária brasileira e exportar miúdos e carne bovina com osso após o reconhecimento oficial de que o Brasil é um País livre de febre aftosa pela OMSA. O Brasil também poderá acessar mercados mais exigentes, como o Japão, e aumentar a exportação para a Europa. Vai ser um novo momento da pecuária brasileira e da indústria e, com certeza, trazendo renda para o interior do País. O Brasil mostra ao mundo que não abrirá mão de sanidade e segurança alimentar global.
O agronegócio comemorou em grande estilo o reconhecimento de País livre de febre aftosa sem vacinação recebido hoje pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Um evento para 200 pessoas, com 160 Kg de carne bovina e 30 Kg de frango desossado, foi organizado pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) no Pavillon Royal em Paris. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, além de empresários como Marcos Molina (Marfrig/BRF), e Joesley e Wesley Batista (JBS), também estavam na churrascada. O churrasco ao ar livre feito à grelha, que se estendeu por seis horas, foi realizado pelo Barbacoa. O público estrangeiro aprecia conhecer o churrasco e a cultura brasileira, afirmou o chefe churrasqueiro do Barbacoa, Jeferson Finger, responsável pelo churrasco. Três churrasqueiros e um barman comandaram o evento. Além do churrasco, 200 caipirinhas foram servidas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.