11/Jun/2025
O Rabobank avaliou que o setor de carne de frango pode voltar à normalidade ainda em junho, com a conclusão dos efeitos da confirmação do primeiro caso de gripe aviária de alta patogenicidade em uma granja comercial brasileira. O País já está no processo final de cumprimento do prazo sanitário necessário para retomar as exportações suspensas por alguns mercados. Teoricamente, o vírus já está erradicado do Brasil. A contagem de 28 dias (período necessário para declarar a erradicação do vírus em propriedades afetadas) começou em 22 de maio, e deve se encerrar em 19 de junho. Se de fato não houver nenhuma nova confirmação, muito provavelmente esse caso de Montenegro (RS) foi de fato erradicado. O surto confirmado envolveu uma propriedade de Montenegro (RS) e, apesar da gravidade inicial, a rápida resposta sanitária do País foi positiva. Em tese, todas as ações e medidas foram adotadas.
Não houve novos casos em granjas comerciais após o foco inicial, o que reforça a hipótese de que a doença foi contida. Sobre o impacto comercial, cerca de 65 países suspenderam temporariamente as importações, mas muitos desses não têm histórico relevante de compras. Além disso, cerca de 100 países continuam comprando carne de frango brasileira, incluindo mercados estratégicos como China, Filipinas, Emirados Árabes e Egito. Tem países como o Iêmen, por exemplo, onde 80% do que consome de carne de frango vêm só do Brasil. Mudar isso e procurar novos parceiros realmente não é algo que seria possível nesse curto prazo. Sobre os efeitos práticos da suspensão, foi citado o exemplo da doença de Newcastle, em 2024, que teve impacto nas exportações por dois meses, seguida por uma recuperação rápida.
Em agosto do ano passado, quando teve a retomada das exportações, inclusive foi o maior volume mensal exportado no ano inteiro. O redirecionamento de cargas, o armazenamento em contêineres e a continuidade da demanda internacional são fatores que devem amortecer os efeitos da suspensão temporária. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) projeta uma queda de apenas 10% nas exportações, bem abaixo do impacto de até 39% estimado em cenários mais pessimistas. O Brasil é o maior exportador do mundo. A dependência de muitos países da carne de frango brasileira torna improvável uma substituição de fornecedores em tão pouco tempo. No mercado interno, o cenário é de sobreoferta e queda de preços, com impacto mais acentuado em São Paulo. Ainda assim, o setor deve começar a se reequilibrar no segundo semestre. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.