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12/Jun/2025

Boi: MT se consolida em referência assim como SP

As negociações no estado de São Paulo tradicionalmente são balizadoras dos preços nas diferentes regiões do País, em geral com deságio, exceção ao Rio Grande do Sul, onde prevalecem raças mais valorizadas. Mas, nos últimos meses, tem sido captados negócios em São Paulo que se referenciam nos valores em vigor no próprio Estado e também em Mato Grosso. Simultaneamente, tem ocorrido a aproximação dos preços de Mato Grosso aos de São Paulo. No ano passado, os diferenciais mensais entre esses Estados oscilaram entre R$ 18,68 por arroba em junho e R$ 42,53 por arroba em janeiro. Na parcial de 2025, a diferença máxima é praticamente a mínima do ano passado, de R$ 18,71 por arroba em março. A mínima de 2025 é, por enquanto, de R$ 5,80 por arroba em maio.

Em abril também foi baixa, de R$ 9,45 por arroba, sugerindo que pode estar se formando uma “quebra” da série estatística. Estimativas mostram que o rebanho de Mato Grosso é cerca de 1,4 vez maior que o de São Paulo, Estado que tem seu protagonismo lastreado em seu mercado consumidor, o maior do País, e na estrutura frigorífica exportadora. Mas, a base industrial de Mato Grosso também se fortaleceu nos últimos anos, favorecendo sua participação predominantemente acima de 20% nas exportações desde 2019, ano em que a China intensificou suas compras de carne brasileira. Em março do ano passado, quando a China habilitou mais 25 plantas de bovinos no País à exportação, incluindo um entreposto e uma unidade de termoprocessados, Mato Grosso passou a contar com mais seis unidades aptas a esse comércio.

Desde então, o volume exportado pelo Brasil se firmou acima das 200 mil toneladas/mês, com pico de quase 300 mil toneladas em outubro/2024, e Mato Grosso tem mantido firme sua participação nesse volume crescente. Em maio, respondeu por 22,1% do total de carne (in natura e industrializada) exportada, acima dos 20,3% de São Paulo, repetindo a vantagem e liderança já verificadas em abril. Em maio, a receita gerada com as exportações de carne bovina in natura ficou 18% maior que a de maio/2024. No acumulado dos cinco primeiros meses de 2025, o montante chega a R$ 5,8 bilhões, alta de 22% frente ao do mesmo período de 2024. Esse resultado reflete os crescimentos de 10% do volume vendido e de 10% dos preços em dólares recebidos.

Para os dois principais destinos da carne brasileira, China e Estados Unidos, o aumento da receita foi de 17% e de 129%, respectivamente. Do total embarcado no acumulado dos cinco meses, 91% foram de carne bovina in natura. As vendas dessa carne para a China representaram 47% do total, gerando valor de quase US$ 2,5 bilhões. O segundo destino foi o mercado norte-americano, que cresceu 186% em relação ao mesmo período de 2024 e representou 14% da carne in natura brasileira deste ano, mesmo enfrentado tarifas mais altas nesse mercado. Além de Mato Grosso (22,1%) e São Paulo (20,3%), os Estados brasileiros que mais venderam carne bovina ao exterior foram Goiás (12,7%), Mato Grosso do Sul (10%), Rondônia (9%), Minas Gerais (8,5%), Pará (7%) e Tocantins (4%). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.