17/Jun/2025

A auditoria de representantes do Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão (MAFF) no sistema sanitário brasileiro renovou o otimismo da indústria e do governo em relação à abertura do país para a carne bovina nacional. Nos bastidores, as autoridades sanitárias japonesas reforçaram às autoridades brasileiras a expectativa de conclusão do processo para abrir o mercado ainda em novembro deste ano. A missão ocorreu de 9 a 13 de junho. Autoridades japonesas visitaram unidades do Ministério da Agricultura e dos Estados que fazem os controles sanitários, como Santa Catarina e Paraná. As vistorias compõem o processo que a Autoridade Sanitária Animal (ASA), vinculada ao MAFF, estabelece para a abertura de mercado à carne bovina.

Conforme cronograma definido pelo governo japonês, as vistorias são o passo seis dos 12 passos previstos no processo. Depois das vistorias de inspeção são elaborados os relatórios de análise de risco pela ASA, que também abre uma consulta para o comitê de análise de risco animal. Não há previsão para entrega do relatório pelas autoridades japonesas. A expectativa é de que a abertura do mercado japonês para a carne bovina brasileira seja anunciada em novembro deste ano, durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), em Belém, no Pará. O principal entrave técnico para a abertura foi superado, com o Brasil obtendo o reconhecimento de país livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), um requisito exigido pelo Japão para importação da carne bovina.

Se confirmada, inicialmente a abertura do mercado japonês deve se restringir à carne brasileira proveniente do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Acre e Rondônia, Estados que obtinham o selo de livre de aftosa sem vacinação quando o Brasil formalizou o pedido de abertura. Eles tendem a focar nos cinco Estados reconhecidos anteriormente pela OMSA, apesar de o governo pleitear a abertura para todo o território brasileiro. Entretanto, após o fluxo comercial iniciado, as tratativas para ampliação dos Estados devem ser facilitadas. O acesso ao mercado japonês é uma ambição antiga da indústria de carnes brasileira, já que o país asiático é reconhecido pela elevada exigência de qualidade, pelo consumo de cortes de maior valor agregado e por ser um mercado com preços remuneradores. As negociações ocorrem há mais de 20 anos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.