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04/Aug/2025

Pescado: dependência dos EUA pressiona indústria

Fora da lista de exceções do tarifaço imposto pelos Estados Unidos e sem o mesmo poder de barganha de outros setores, a indústria do pescado começa a buscar alternativas para enfrentar a perda de seu maior mercado externo. É para os Estados Unidos que se destinam 70% das exportações de peixes que saem do Brasil. A Associação Brasileira das Indústrias de Pescado (Abipesca) estima que mais de 1 milhão de empregos poderiam ser afetados pelo tarifaço. Entre os principais segmentos afetados, os exportadores de peixes frescos e crustáceos da Região Nordeste têm deixado a maior parte dos barcos de pesca atracada, e já estudam negociar com delegacias regionais a suspensão de contratos de trabalho.

Segundo a Produmar, uma das maiores exportadoras de peixes frescos para os Estados Unidos, apesar de ser uma indústria relativamente pequena em termos de faturamento, emprega muita gente. O Sindicato da Indústria de Pesca do Estado do Rio Grande do Norte (Sindipesca-RN) já discute alternativas, como o afastamento temporário de funcionários. No Rio Grande do Norte, apenas um terço das embarcações foi enviado para a pesca em alto-mar. A principal demanda do setor junto ao governo é a retomada das negociações para abrir as exportações para a Europa, que estão suspensas desde 2017.

A venda para o continente europeu foi suspensa por questões sanitárias. No Ceará, a situação não é diferente. As indústrias têm retirado barcos e apetrechos de pesca do mar, segundo a Mares Pescado. O Estado tem 10 indústrias, que representam 23,7% dos valores exportados e 13,9% do total em toneladas. Dos R$ 300 milhões anuais que a Mares Pescado fatura, 40% são provenientes do mercado norte-americano. Até agora, toda a produção anual de 600 toneladas de cauda de lagosta da empresa era destinada àquele país.

É um produto de maior valor agregado e que outros mercados não têm condição de pagar. O crustáceo não pode ser enviado por via aérea já que é transportado em contêineres de 18 toneladas. Com 1.200 funcionários, a Mares Pescado pretende agora redirecionar a produção para a China. Porém, o produto consumido naquele país é a lagosta inteira, que custa menos para o consumidor. Abrir mercados é um trabalho bastante demorado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.